A credibilidade de um país é
fundamental para que as pessoas e as empresas nele confiem e invistam as suas
economias. Se o país não tem credibilidade, dificilmente as empresas
estrangeiras se dispõem a pôr o seu dinheiro em investimentos de longo prazo,
indispensáveis para a geração de emprego e de riqueza.
Há vários anos que a economia brasileira está
em crise e não mais conseguiu entrar num rumo sustentável de crescimento. E
isso, não tenho dúvidas, tem muito a ver com a falta de credibilidade. É fato
que muitos dizem que o Brasil é um país democrático no qual as instituições
funcionam adequadamente. Ocorre que muitos investidores não têm essa mesma
percepção, o que influi negativamente na hora de o investidor decidir pelo
destino do seu dinheiro. A respeito do risco Brasil, eis a seguir o que diz
matéria encontrada no Site: https://empreenderdinheiro.com.br/blog/risco-brasil/:
(...)
Agora que você entende melhor o
conceito do Risco-País, como ele é calculado e interpretado, é importante
olhar para a situação brasileira.
Apesar de
ser uma das maiores economias do mundo, o Brasil ainda apresenta certa
desconfiança para o investidor estrangeiro.
Por isso,
é muito importante entender quais as questões que mais preocupam o investidor
internacional em relação ao Brasil.
·
Déficit fiscal;
·
Relação entre PIB e dívida;
·
Taxa de crescimento econômico;
·
Conjuntura política.
(...).
Um indicativo relevante para efeito de
avaliação diz respeito à relação entre o PIB e a dívida do país. Nesse ponto compara-se
o PIB e a dívida de um país com o patrimônio e o endividamento de uma empresa.
E se nenhum banco se dispõe a emprestar para uma empresa que tem uma dívida
igual ou superior ao seu patrimônio líquido, por coerência entende-se que
nenhum investidor estrangeiro quer investir num país altamente endividado, como
é hoje o caso do Brasil, salvo se houver a percepção de que há vontade política
e conjuntura favorável a realização de mudanças para reverter a situação. Eis
aí a relevância de um funcionamento adequado das instituições.
Sobre essa questão diz trecho de
artigo publicado no Site: https://empreenderdinheiro.com.br/blog/risco-brasil/:
(...)
Novamente, voltando a comparar com o investimento em empresas.
Você investiria em uma empresa que
apresenta uma dívida tão grande quanto ou maior do que o seu patrimônio líquido?
Certamente não, não é? Essa é a mesma
lógica que os investidores estrangeiros usam para analisar o risco associado aos investimentos no
Brasil.
Isso pode demonstrar que o país não
tem capacidade financeira de pagar as dívidas
e, consequentemente, tem parte do seu orçamento público comprometido com os juros
das dívidas.
Quanto menor for essa relação, maior
será a percepção de segurança do investidor estrangeiro em relação ao país emergente.
(...)
Embora essa questão seja preponderante
para a análise de risco de um país, há exceções, como é o caso, por exemplo,
dos EUA, que mesmo tendo uma dívida alta quando comparada com o PIB, mas como
possuem a economia mais forte do mundo, não existe desconfiança relacionada à
capacidade de pagamento americana.
Como o investidor estrangeiro, na hora
de investir, busca, além da segurança, justamente a possibilidade de obter bons
retornos para o seu capital, claro que o crescimento econômico de forma
sustentável é também preponderante, o
que há bastante tempo não acontece no Brasil.
Por outro lado, a taxa de endividamento
e de crescimento por si só não são os únicos fatores observados pelos
investidores estrangeiros na hora de se decidir por um investimento num
determinado país. A conjuntura política também é de extrema relevância, por
isso que a instabilidade política no Brasil, onde se teve em 1992 e em 2016 o impeachment
dos seus Presidentes, sempre causa desconfiança dos investidores.
E não é só isso: os constantes
escândalos de corrupção, com a prisão inclusive de um ex-Presidente, as
freqüentes mudanças de entendimento do Supremo Tribunal Federal, como naquele caso
da prisão após a condenação em segunda instância, os constantes atritos entre o
Executivo e o Legislativo e a ausência de encaminhamentos pelo Executivo de
projetos de reformas importantes, visando reduzir o débito público, melhor as
condições fiscais e agilizar as privatizações, todos esses fatores assustam e
pioram a percepção do investidor em relação ao Brasil.
Essa matéria também foi abordada no
Site: https://empreenderdinheiro.com.br/blog/risco-brasil/. Confira:
(...)
Como vimos, o Risco Brasil diz sobre a
segurança do mercado
e dos ativos financeiros mantidos no país.
Portanto, existem algumas importantes
implicações sobre isso.
Primeiramente, caso você já invista na
Bolsa de Valores brasileira,
em um caso de redução do Risco Brasil, mais investidores aplicariam seus
recursos no Brasil.
O aumento da demanda por ativos financeiros
brasileiros causaria uma valorização no curto prazo.
(...).
Como já afirmado anteriormente, a
confiança do investidor na economia de um determinado país é de uma relevância
especial para a sua estabilidade. A credibilidade de um país é fundamental para
atrair investimentos, gerar empregos e riqueza, evitando-se, assim, um colapso
econômico como vem ocorrendo atualmente no Brasil, quando se registra uma taxa
de desemprego de mais de 13% (treze por cento) e uma desigualdade social entre
as mais elevadas do mundo – mais de treze milhões de brasileiros vivem hoje abaixo
da linha da pobreza, ou seja, com uma renda mensal de menos de R$ 150,00 (cento
e cinqüenta reais).
O Brasil tem, inquestionavelmente, um
grande potencial de desenvolvimento econômico, considerando que além de ter um
agronegócio dos mais promissores do planeta, possui grande reserva de petróleo
e um potencial energético considerável, como o hidráulico, o eólico, o solar e
ainda o proveniente da cana-de-açúcar – o etanol.
Pesa ainda contra o Brasil o fato de
investir muito mal na Educação, ter uma gestão pública altamente deficiente, além
de ter um ordenamento jurídico e um Sistema de Justiça que contribuem para um
quadro crônico de impunidade de corruptos e de morosidade no desfecho de
qualquer demanda judicial.
A deficiência na Educação Pública do
Brasil afeta consideravelmente a oferta de mão de obra qualificada para o
mercado de trabalho, além de ter um significado grande no que diz à
produtividade da economia.
No que diz respeito à morosidade da
Justiça, há que se registrar que se trata de mais um desestímulo para os
investidores estrangeiros, considerando que ninguém confiança para investir,
sabendo de antemão que caso venha a depender da Justiça poderá aguardar anos
por um desfecho definitivo da demanda. A esse respeito, eis a seguir trecho de
matéria encontrada no Site: https://www.conjur.com.br/2005-dez-02/estudo_mostra_impacto_acao_judiciario_economia:
(...)
Essa
dificuldade de receber o crédito na Justiça afeta diretamente a economia
brasileira, afasta investidores e eleva a taxa de juros, já que os bancos
representam cerca de 40% dos credores judiciais. “Como falta a segurança de que
o crédito vai ser reavido, o credor embute o risco nos juros”, explica Pierpaolo Bottini, o
titular da Secretaria da Reforma do Judiciário, que lamenta a “falta de
segurança judiciária no Brasil.”
(...)
Como até hoje, embora algumas ações
já tenham contribuído para melhorar o desempenho da Justiça, como a automação
do Sistema e a criação dos Juizados Especiais de Fazenda Pública, muito ainda
precisa ser feito para que o investidor estrangeiro confie plenamente na
Justiça brasileira.
Como
conclusão é possível assegurar-se que são fundamentais para que se melhore o
desempenho do país e atraía mais investimentos externos, um ajuste severo das
contas públicas, tenha-se um modelo sustentável de crescimento econômico, melhore-se
substancialmente a Educação Pública e faça-se uma reforma na legislação que
permita um destrave da Justiça de modo a agilizar o desfecho das demandas
propostas e a punição dos responsáveis por qualquer tipo de crime, notadamente dos
chamados crimes de colarinho branco.