"Na eleição passada,
Através do morro ele se elegeu.
Nada fez pelo pobre favelado
E num boeing de luxo desapareceu.
Foi comemorar a vitória em sua mansão
No distrito federal.
Eu só fui saber que ele estava vivo
Pq saiu como corrupto no jornal.
De norte a sul,
De leste a oeste meu irmão.
Como tem político contaminado
Com o vírus da corrupção! (2x)"
(O Virus da Corrupção de Bezerra da Silva).
Corrupção, segundo o novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa,
significa ato ou efeito de corromper; decomposição, putrefação,
devassidão, depravação, perversão, suborno e peita. Corromper, por sua
vez, quer dizer tornar pobre, estragar, decompor. Sem entrar em maiores
detalhes, pelos sinônimos da palavra, já dá para se concluir que não se
trata de nada bom. E de fato, não pode haver coisa pior, bastando que
vejamos, como exemplo da miséria que representa a corrupção, o estado
das pessoas que dependem de atendimento médico da Rede Pública de Saúde.
A calamidade que encontramos hoje na Saúde, na Educação e na Segurança
Pública não é nada mais nada menos do que o efeito danosa dessa praga
chamada corrupção. E o mais contraditório: enquanto os hospitais
públicos, as escolas e delegacias de Polícias estão entregues às
baratas, a maioria dos políticos esnoba com dinheiro público, o
patrimônio cresce e não esconde o luxo.
E o pior: nunca vimos nada tão difícil quanto se votar aqui no Brasil.
Na Eleição para presidente da República, quando disputaram Collor de
Melo e Lula, a maioria dos eleitores se iludiu com o discurso daquele,
que se apresentou ao público como o candidato que estava disposto a
acabar com a corrupção no Brasil e ainda se dizia indignado com os
Marajás do serviço público, que para quem não sabe, tratava-se dos
servidores públicos que recebiam altos salários. E ao público ele
apresentava a figura dos marajás como sendo aquele sujeito esnobe, que
quase sempre aparecia num carrão de luxo, tomando uísque importado e
fumando um belo cachimbo. Como a maioria dos brasileiros recebe um
salário de miséria, não foi difícil convencer de que ele seria o
candidato que estaria disposto a moralizar o país. No final das contas,
todos sabemos no que deu.

Com
relação ao ex-presidente Lula, que perdeu a eleição para Collor de
Melo, muitos acreditavam que a história seria diferente. Tratava-se de
uma pessoa de origem humilde, um trabalhador, que tinha apoio da Igreja,
de intelectuais e dos sindicatos. Ao final das contas, fomos
surpreendidos com o escândalo da compra de congressistas, “o mensalão”.
Com
esses poucos exemplos fica provado que alguma coisa está muito errada
no nosso país. O PT vem tentando mostrar que a corrupção está vinculada
ao sistema eleitoral. Não vamos dizer que sim nem que não. Com certeza,
no entanto, podemos afirmar que muita coisa precisa mudar, uma vez que
do jeito que está não dá mais para continuar.
E o pior: não acreditamos que as coisas mudem tão cedo. É uma pena, mas
é isso mesmo.
De qualquer modo, essa praga chamada corrupção já tem o seu dia. É
para que não a esqueçamos. A Convenção das Nações Unidas contra a
Corrupção foi assinada por diversos países em 9 de Dezembro de 2003, na
cidade de Mérida, no México. A ideia central é fortalecer a cooperação
internacional para ampliar a prevenção e o combate à corrupção no mundo
todo.
O propósito parece ser bom. Na prática
não sabemos se teremos um bom resultado. O que estranhamos é que a CGU
fala em comemoração. Não sabemos se temos muita razão para comemorar.
Talvez fosse melhor, pelo menos por enquanto, fazermos alguma coisa na
data, não para comemorarmos, mas tão somente para lembrarmos. Em
referência a essa data, o 9 de Dezembro foi então instituído como Dia
Internacional contra a Corrupção, resultado de proposta feita pela
delegação brasileira na Convenção de Mérida.
No Brasil é a Controladoria-Geral da União (CGU) que acompanha a
implementação da Convenção e de outros compromissos internacionais
assumidos pelo País, que tenham como objeto a prevenção e o combate à
corrupção. De fato, a CGU tem feito um bom trabalho nesse particular. Em
razão disso, é justo que seja ela a encabeçar os eventos em prol dessa
causa, justa e necessária.
Segundo encontramos no blog de Alcineia Cavalcante,
“Em comemoração ao Dia Internacional Contra a Corrupção, a
Controladoria-Geral da União (CGU) vem realizando anualmente ações de
mobilização em todos os estados, no intuito de contribuir para o
desenvolvimento de atitudes e de habilidades necessárias ao exercício de
direitos e de deveres na relação recíproca entre o Cidadão e o Estado,
uma vez que o problema da corrupção não pode ser solucionado unicamente
mediante o emprego de ações repressivas e punitivas, mas também é
importante o cuidado com a prevenção e o fomento da discussão dessa
temática. Em Macapá, este evento será realizado na sexta-feira, 6/12, no
auditório da Universidade do Estado do Amapá (UEAP) e contará com a
participação dos Órgãos de Defesa do Estado (CGU, Polícia Federal,
Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Tribunal de
Contas da União, Tribunal de Contas do Estado, Receita Federal do Brasil
e Advocacia-Geral da União), além da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos e Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Através do ciclo de
palestras, direcionadas a agentes públicos, conselheiros, professores,
alunos, instituições civis e cidadãos, tendo como foco o combate e a
prevenção da corrupção, busca-se provocar a reflexão sobre os atos de
corrupção e a responsabilidade de todos – agentes públicos e cidadãos –
diante desse quadro. Na oportunidade, em parceria com os Correios,
haverá o lançamento de selo personalizado e carimbo alusivos do Dia
Internacional Contra a Corrupção.”
Qualquer
que seja nome que se dê, comemoração ou lembrança, não deixamos de
louvar a iniciativa da CGU, uma vez que só assim temos uma oportunidade
para conscientizar o povo da necessidade de ficarmos atentos para o
combate a essa endemia que infesta e destrói os sonhos de milhões de
brasileiros.