segunda-feira, 22 de julho de 2013

GUERRA FRIA: conflito ideológico entre Estados Unidos e União Soviética com reflexos no Brasil

"Tudo isso é gente boa no poder Que não quer saber Como a gente se sente No meio dessa guerra fria No meio dessa guerra fria No meio dessa guerra, oh No meio dessa guerra fria Os jatos passam cruzando o ar E a gente só olhando Quero ver depois que tudo acabar Se tem alguém chorando" (Kiko Zambianchi)
A denominação guerra fria advém de um clima de disputa silenciosa que reinou de 1945, quando terminou a Segunda Guerra Mundial, a 1989, com a queda do Muro de Berlim, entre os Estados Unidos e a União Soviética. O conflito deu-se apenas no campo ideológico, não ocorrendo embate militar declarado e direto entre os dois países. O clima de tensão perdurou até 1989, quando se desfez a União Soviética a partir de um amplo processo de abertura. Quando terminou a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética apresentaram-se ao mundo como os países economicamente mais fortes. Na condição de superpotências, passaram a disputar a hegemonia política, econômica e militar do planeta. A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, com partido único, igualdade social e falta de democracia. Os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendiam a economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Essas potências, durante os anos da Guerra Fria, exerciam influência sobre outros países. Não houve confronto direto entre esses países, mas os Estados Unidos, em caso de atritos, posicionavam-se sempre em favor de países aliados. De igual forma, agia a União Soviética. Houve uma verdadeira corrida armamentista. Ambos os lados passaram a fabricar o que de mais avançado podiam. Da bomba atômica a mísseis de alto alcance e precisão. Contraditoriamente, essa estratégia favoreceu a paz, considerando que ambos temiam um confronto direto. O governo brasileiro cedo posicionou-se ao lado dos Estados Unidos. Internamente, em razão disso, registraram-se muitas tensões, considerando a existência de um grande número de adeptos do socialismo dispostos a lutar pelo seu idealismo. Por conta dessas ideologias, em 1947 o Partido Comunista foi posto na ilegalidade e os seus parlamentares expulsos. Finalmente em 1964, também sob o pretexto de defender o país do comunismo, arquitetou-se o Golpe de 31 de março, que conduziu o país a um regime ditatorial que perdurou por mais de vinte anos. Essa é a posição de Schmidt (2007, p.600): "Quando começou a guerra fria, o governo brasileiro já tinha escolhido seu lado. Por causa disso, em 1947 o Presidente Dutra proibiu o PCB de existir, cassou os parlamentares comunistas e rompeu relações com a URSS. A grande imprensa insistia sobre os perigos da ‘ameaça vermelha sobre o Brasil’, padres e pastores alertavam sobre a infiltração dos ‘agentes de Moscou’ nas instituições Brasileiras. Em 1964, o golpe militar foi dado em nome da luta contra a revolução socialista." Em razão da guerra fria registraram-se no Brasil momentos de muitas tensões. Muitas mortes foram consumadas e prisões realizadas sem que os acusados pudessem fazer uso do seu direito de defesa. Em nome da defesa nacional e do combate ao comunismo, muitos excessos foram praticados. Ninguém sabe com exatidão até hoje quantas vidas foram sacrificadas. Com exatidão, sabe-se apenas que o regime implantado no país a partir de 1964 agiu com uma arbitrariedade sem precedentes, tendo em decorrência disso levado muitas esposas e filhos ao desamparo, por muito tempo, com a perda dos responsáveis pelo sustento da casa.

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