A
economia brasileira continua em situação delicada. E o pior: quem mais perde
são os mais pobres, principalmente aqueles que perderam os empregos, ou que não
conseguem ter acesso ao mercado de trabalho. Enquanto isso, os nossos políticos
ficam brigando em Brasília, mais preocupados com os seus próprios interesses do
que com os interesses dos mais necessitados.
Hoje
o que se discute é se o fatiamento da votação, que permitiu que a ex-presidente
Dilma preservasse os seus direitos políticos, tem ou não tem amparo na
Constituição, e ainda se o Impeachment da ex-presidente Dilma é legítimo ou se
não passou de um golpe. A essa altura dos acontecimentos, nem sei se isso nos
interessa mais.
O
fato é que a permanência da ex-presidente no Governo, em razão da falta de
apoio do Congresso, acabou sendo inviabilizada. Não havia como ela reverter a
situação difícil da economia, se os parlamentares não lhe davam respaldo. Agora
quanto à legitimidade do Impeachment, esse fato sim, talvez não esteja bem
explicado para o povo brasileiro. E que fique claro: não tenho preferência
política, por partido, ou por político "A" ou por político "B".
Algumas
coisas, no entanto, não explicadas ao longo do processo de impeachment, fez-me
tirar algumas conclusões a respeito do que aconteceu. Vou tentar sintetizar.
Acompanhem o meu raciocínio. Essa história de "pedalada fiscal" e
"conjunto da obra" é mero pretexto. Pedalada fiscal foi prática
corriqueira em todos os governos que antecederam a ex-presidente Dilma.
Como
todos sabemos, o PSDB, após as Eleições de 2014, na tentativa de cassar a Chapa
DILMA-TEMER, ingressou com uma Representação no TSE, com diversas alegações e
provas, dentre as quais a de abuso de poder econômico e a de uso de dinheiro de
caixa dois na campanha. Com as provas de uso de caixa dois na campanha de 2014,
que surgiram com a Operação Lava-Jato, havia uma grande possibilidade da
cassação da chapa DILMA-TEMER.
Em
razão desse fato, o presidente Temer inclusive andou ainda tentando uma solução
que viabilizasse a desvinculação do nome dele da chapa, visando evitar a sua
cassação. A sua tese de defesa, no entanto, não convenceu ninguém. Com a
cassação da Chapa DILMA-TEMER, Aécio Neves poderia vir a assumir a Presidência.
Só que na atual conjuntura, com a economia em frangalhos, o PSDB não tinha
muito interesse no desfecho, uma vez que temia se queimar, caso não conseguisse
pôr a economia em ordem até 2018.
Em
razão disso, surgiu a possibilidade de um acordo entre PMDB e o PSDB, visando
tirar a ex-presidente do Governo, evitando, assim a cassação de Temer e
dando-lhe a chance de assumir a Presidência, desde que ele assumisse o
compromisso de não se candidatar a reeleição em 2018, para não tirar a chance
do PSDB.
E
assim se fez. Criou-se o pretexto das "Pedaladas Fiscais", arranjaram
as pessoas certas para ingressaram com o pedido de impeachment na Câmara dos
Deputados e Eduardo Cunha se encarregou de dar o ponta pé que faltava para o
processo começar a andar.
A
situação delicada da economia, a Operação Lava-Jato, o desgaste do PT e dos
seus principais membros foram fatores fundamentais para que o povo aceitasse a
versão de legitimidade do processo.
Se
não concordar com essa minha versão, fiquem à vontade para criticá-la. As
críticas construtivas serão sempre muito bem vindas.
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