Falar sobre os problemas que afetam
hoje a economia e a reputação do Brasil se tornou difícil, tantas são as
notícias divulgadas diariamente pela imprensa escrita e falada. É que o povo já
está cansado de tanto ouvir opiniões e notícias a respeito. Ninguém agüenta mais.
De qualquer modo, arrisco-me a registrar alguns comentários, tendo em vista que
cada um tem o direito de dizer o que pensa, principalmente quando está em jogo
a saúde financeira do povo brasileiro e a do nosso País.
É certo que a crise econômica é delicada.
Mas, sem dúvida nenhuma a crise política é muito maior. E afirmo isso porque se
houvesse disposição do Congresso Nacional, certamente que o Executivo encontraria
uma saída para as questões da economia, já que o Brasil tem condições de seguir
em frente sem maiores tropeços, bastando para tanto que haja empenho dos nossos
gestores e políticos.
A questão é que falta por parte dos
nossos governantes (gestores públicos e políticos) compromisso com o nosso País.
É lamentável. Mas é a mais pura verdade. O Brasil não é um País qualquer. É um
País com robustez como poucos. Somos o segundo maior exportador de alimentos do
mundo. Dispomos de grandes reservas de petróleo, de minérios, e de muitas
outras riquezas naturais. Temos um dos Sistemas Financeiros mais avançados do
mundo. E muito mais.
Em compensação a nossa desigualdade
social é gritante. As nossas riquezas são muito mal distribuídas. Temos uma das
piores distribuições de renda do mundo. E isso é um problema seriíssimo. E a
nossa Educação, por sua vez, também não ajuda. O ensino público ainda é
capenga. E isso talvez seja um dos grandes entraves para o nosso desenvolvimento.
Uma Educação ruim é uma das piores coisas para um país. Primeiro porque a falta
de Educação atravanca a capacitação dos nossos profissionais, indispensável
para a melhoria nos índices de produtividade, fator preponderante para o
crescimento das riquezas do País e, conseqüentemente, para o seu desenvolvimento.
Segundo porque a má formação do povo faz com que este não saiba fazer as
escolhas adequadas dos políticos que cuidam dos destinos da Nação. Terceiro
porque sem o necessário esclarecimento o povo não sabe fiscalizar as ações dos
políticos e muito menos cobrar e exigir que estes cumpram as promessas de campanhas.
E não é só isso: para que um País avance há necessidade de mão de obra qualificada,
de criação e inovação, fatores que dependem de pesquisas e de ambientes que
favoreçam iniciativas.
Em assim sendo, é lógico que se
tivéssemos um povo com melhor nível de Educação, provavelmente teríamos uma
melhor distribuição de rendas e a corrupção não seria tão grande, como a que
hoje estamos vendo. O povo poderia até ser enganado, não como acontece hoje. Um
povo devidamente esclarecido jamais elegeria um político corrupto por sucessivas
vezes. No nosso Congresso, como todos sabem, existem políticos que há décadas
são conhecidos como corruptos. Até verbo que significa roubar, fraudar e enganar
já foi criado, derivado de nome de político que ainda hoje reina na política
brasileira. A esse respeito, vejamos notícia encontrada no Jornal Folha de São
Paulo de 13 de setembro de 2005:
“O
jornal francês Le Monde desta terça-feira traz uma reportagem que afirma que
até o início dos recentes escândalos que atingem o PT, o ex-prefeito de São
Paulo Paulo Maluf personificava a corrupção no Brasil e que "malufar"
significa roubar os cofres do Estado.
Paulo Maluf e seu filho Flávio estão presos na sede da Superintendência da Polícia Federal de São Paulo desde o último sábado. Os dois são acusados de formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Se condenados, a soma das penas mínimas é de oito anos de prisão.”
Paulo Maluf e seu filho Flávio estão presos na sede da Superintendência da Polícia Federal de São Paulo desde o último sábado. Os dois são acusados de formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Se condenados, a soma das penas mínimas é de oito anos de prisão.”
Como é possível comprovar, não faz
nenhum sentido um político desses ainda se eleger e se reeleger deputado
federal e continuar dando as cartas no País. E esse é só um exemplo. Como ele
existem muitos outros, que prefiro não declinar os nomes, até por que não se
faz necessário.
Arrisco-me a dizer ainda que se a
nossa Educação fosse de melhor qualidade não teríamos tanta violência como a
que hoje se registra nos grandes centros urbanos. Posso até está errado, mas a violência
no nosso país tem muito a ver com a má qualidade da nossa Educação e com a má
distribuição das nossas riquezas.
Portanto,
a melhoria na qualidade do Ensino Público seria um bom começo para que tenhamos
um futuro melhor. É como bem falou Paulo Freire: “Se a educação sozinha não
transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Eis aí uma grande
verdade.
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