Os produtores rurais do semiárido
nordestino, vítimas frequentes da seca, de tempos em tempos contam com um
alívio do Governo Federal, tanto no que diz respeito à prorrogação dos prazos
para pagamento, quanto no que diz respeito à redução do montante devida. Sempre
foi assim. A respeito do assunto, vejamos notícia encontrada no site do Jornal
O Povo:
“Produtores
rurais têm até o final do ano para renegociar suas dívidas junto ao Banco do
Nordeste. Os benefícios incluem descontos de até 85% no valor principal da
dívida, prazo de pagamento de até dez anos e carência de até três anos. Para
pleitear a renegociação, o cliente deve procurar sua agência de relacionamento
do Banco do Nordeste, verificar o enquadramento da operação e formalizar a
adesão.
O Banco do Nordeste já recuperou mais de R$ 1,4 bilhão, com base nos instrumentos legais de renegociação de dívidas. Já são mais de 90 mil clientes beneficiados. No Ceará, mais de 12 mil produtores renegociaram as dívidas, totalizando R$ 211,3 milhões.”
O Banco do Nordeste já recuperou mais de R$ 1,4 bilhão, com base nos instrumentos legais de renegociação de dívidas. Já são mais de 90 mil clientes beneficiados. No Ceará, mais de 12 mil produtores renegociaram as dívidas, totalizando R$ 211,3 milhões.”
Na verdade, muito embora seja
importante a preocupação dos nossos governantes com a permanência do homem no
campo, não sabemos até que ponto vale a pena insistir com a prática da
agricultura tradicional, como a de milho e de feijão, na região do semiárido
nordestino. Entendemos que o Governo precisa investir e incentivar o cultivo de
culturas irrigadas, como já faz hoje em alguns pólos de irrigação, com
excelentes resultados. Do contrário, joga-se muito dinheiro fora, e essa
realidade nunca muda. E o semiárido nordestino não pode ficar eternamente à
mercê dessa política de favores do Governo. Diz ainda o Jornal O Povo:
“Em
paralelo às renegociações, o Banco também suspendeu, até 31 de dezembro deste
ano, ações de cobrança judicial das operações em situação de atraso que podem
ser enquadradas na Lei 12.844, estando suspensos atualmente mais de 49 mil
processos. No Ceará, foram suspensas 5.458 mil destas ações.”
Se o Governo Federal desse-se ao
trabalho de fazer um levantamento dos recursos que já foram desperdiçados no
semiárido nordestino nos últimos cinquenta anos, certamente concluiria que seria
bem mais viável investir em obras como a do canal de transposição
das águas do Rio São Francisco do que financiar agricultura que não oferece nenhum
retorno. Resta saber se de fato a intenção do Governo é viabilizar o semiárido
nordestino, ou se tão somente deseja continuar com essa política de favores
como meio de eternizar os currais eleitorais, como sempre se fez.
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