“Ele disse que nunca passou pela sua cabeça ter filho um gay porque seus filhos tiveram ‘boa educação’” (Jornal O Povo).
Alguns dos nossos políticos, vez por
outra acabam se complicando por falar o que não deveriam. Isso aconteceu recentemente
com o ex-ministro Cid Gomes, quando disse que na Câmara dos Deputados existiam
entre 300 e 400 parlamentares achacadores. Como resultado, perdeu o cargo e
ainda está respondendo a processo na Justiça. Sobre a notícia da condenação de
Bolsonaro, informou o Jornal O Povo:
“O
deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi condenado a pagar R$ 150 mil por
danos morais por declarações apontadas como homofóbicas dadas ao programa CQC,
da TV Bandeirantes, exibido em março de 2011. A decisão foi da juíza Luciana
Santos Teixeira, da 6ª Vara Cível de Madureira
Bolsonaro
disse, durante o programa, que nunca passou pela sua cabeça ter um filho gay
porque seus filhos tiveram uma “boa educação”, com um pai presente. “Então, não
corro esse risco.”
Em outro
momento, no qual respondeu a perguntas de espectadores, Bolsonaro disse que não
participaria de um desfile gay porque não promoveria “maus costumes” e porque
acredita em Deus e na preservação da família. Ele afirmou que irá recorrer da
decisão.
‘Vou ler
com mais atenção sobre essa condenação, mas o recurso é um ato natural. Para
mim isso ainda está nebuloso. Estou defendendo a família brasileira e as
crianças nas escolas. Não é crítica a gays. É crítica a material escolar. A
família precisa ser preservada. Não é justo que uma criança de 12, 13 anos
aprenda a ser gay na escola’, disse Bolsonaro.
O
parlamentar garante que todas as suas declarações estavam voltadas contra o
chamado “kit gay”, material escolar que seria distribuído nas escolas públicas
para discutir temas como diversidade sexual e gravidez na adolescência. De
acordo com a ação ajuizada pelos grupos Diversidade Niterói, Cabo Free de
Conscientização Homossexual e Combate à Homofobia e Arco-Íris de
Conscientização, o parlamentar deu respostas ofensivas ao programa.
Na
ocasião, após ser perguntado pela cantora Preta Gil sobre como reagiria se seu
filho se apaixonasse por uma negra, respondeu: “Não vou discutir promiscuidade
com quem quer que seja. Não corro esse risco. Os meus filhos foram muito bem
educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”. Depois,
afirmou ter se confundido e disse que pensou que a pergunta se referia a gays.
Em sua
decisão, a juíza Luciana Teixeira escreveu que ‘não se pode deliberadamente
agredir e humilhar, ignorando-se os princípios da igualdade e isonomia, com
base na invocação à liberdade de expressão’. A juíza considera que Bolsonaro
infringiu o artigo 187 do Código Civil, ao abusar de seu direito de liberdade
de expressão para cometer um ilícito civil. (Folhapress)
Saiba
mais
Segundo a
magistrada, o deputado não pode deliberadamente "agredir e humilhar",
ignorando os princípios da igualdade e isonomia. A Justiça informou ainda que
Bolsonaro alegou ter imunidade parlamentar, mas a defesa não foi aceita porque
o deputado falou como "cidadão", e não como "parlamentar".
O dinheiro deverá ser destinado ao fundo de defesa dos direitos difusos
Deputado
mais votado do PP e do RJ nas eleições 2014, com 464.572 votos, Bolsonaro pediu
sua desfiliação do partido na manhã desta terça-feira, 14. A solicitação foi
feita ao presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), durante convenção
nacional da sigla, em Brasília. ‘Tenho sonhos, mas não tenho espaço (no
partido)’, afirmou Bolsonaro, ao ser chamado para discursar.”
Segundo o art. 187 do Código Civil,
com base no qual a MM. Juíza condenou o deputado Bolsonaro, “Também comete ato ilícito
o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”
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