O fraco desempenho da economia é hoje
a maior preocupação do Governo, da equipe econômica e do povo brasileiro de um
modo geral. E o que muitos não sabem é que sem os dólares que entram no Brasil
através das exportações do agronegócio, há muito tempo que já estaríamos no
fundo do poço. Isso não é exagero. É real. A Revista Veja, Ed 2419 – ano 48 –
nº 13, de 1º de abril de 2015, ilustra bem o assunto com a reportagem “A
SALVAÇÃO DA LAVOURA”, página 62, quando afirma:
“O agronegócio será a
boia de salvação do PIB em 2015. Segundo uma projeção do Ministério da
Agricultura e Pecuária, o setor deve expandir-se 1,2% neste ano. Trata-se de
uma boa notícia em meio a um mar de números ruins - e, se não permite a ninguém
nadar de braçada, é essencial para evitar naufrágios. Especialistas preveem uma
retração de 0,8% no resultado geral da economia. A indústria, segundo revelou
um estudo da Fiesp na semana passada, deve sofrer um encolhimento de 4,5%.
Comparado a outros segmentos, o Agrícola tem conseguido se manter praticamente
imune à crise.”
Como bem ressaltou a matéria da
Revista Veja, segundo estudo da Fiesp, a indústria deve sofrer um encolhimento
de 4,5% em 2015. Como se vê, enquanto a indústria despenca, o agronegócio
continua crescendo, apesar de todas as adversidades, como precariedade das
estradas, insuficiência de armazenamento, dentre tantos outros problemas que concorrem
para o encarecimento da produção e para reduzir a competitividade dos produtos
brasileiros no mercado internacional. Essa percepção de que a agricultura salva
a economia brasileira não é nova. Em 14 de fevereiro de 2014, noticiou o El
País:
“Se há um
setor resiliente no Brasil é o agronegócio. Mais uma vez, a produção agrícola
serviu de anteparo para o resultado do Produto Interno Bruto, que no terceiro
trimestre recuou 0,5%. No acumulado do ano, o país cresceu
2,3%, com um peso importante da expansão de 7% da agricultura e a recuperação
dos investimentos. A atividade no campo garantiu um Produto Interno
Bruto (PIB) um pouco maior do que as previsões mais pessimistas. A safra
prevista de grãos neste ano é recorde e está estimada em 193 milhões de
toneladas, o que pode garantir novamente um ‘seguro verde’ para o resultado do
PIB deste ano. Apesar da seca em algumas áreas produtoras no começo deste ano,
a analista da Agência Rural, Daniele Siqueira, acredita que, como a área
plantada também aumentou, isso não vai prejudicar o PIB da agricultura em 2014”
Segundo ainda a Revista Veja de 1º de abril de 2015, “Há duas
explicações para entender de onde brota a força do agronegócio, mesmo em tempos
de crise interna. A primeira é que ele foi o único setor a registrar um ganho
real de produtividade, adubo essencial para o crescimento do país. Enquanto em
outras áreas o aumento do custo com a mão de obra corroeu a competitividade das
empresas (basicamente porque os salários subiram acima da produtividade), no
agronegócio os avanços obtidos com pesquisa e tecnologia mantiveram o país em
condições de disputar o mercado internacional. Nos últimos 35 anos, a área
plantada de Soja espraiou-se 248%, enquanto a produção subiu 506%, segundo um
estudo da Conab.”
Apesar dessa força que brota do agronegócio, o desempenho do
setor poderia ser ainda bem melhor, se o Governo fizesse a parte dele com a
realização e conclusão de obras vitais para o setor, como as Ferrovias
Transnordestina e Norte-Sul, a ampliação e a reforma das estradas, incentivo
para ampliação da capacidade de armazenamento de grãos e melhoria nas condições
dos portos. Tudo esses fatores negativos concorrem para dificultar a
concorrência no mercado externo. Mesmo, assim, o agronegócio continua irrigando
a economia com a entrada de dólares, evitando um estrondoso desastre na balança
comercial do Brasil. E esse fato foi bem salientado pela Revista Veja de 1º de
abril de 2015. Confiram:
“Por
causa disso, a previsão de Nassar é que as exportações do agronegócio recuem
dos 97 bilhões de dólares do ano passado para algo em torno de 93 bilhões neste
ano. Mesmo assim, o saldo da balança comercial para a atividade econômica no
campo brasileiro deve ficar positivo, em torno de 78,6 bilhões de dólares. Sem
isso, o Brasil teria um abismo de 75 bilhões de dólares na diferença entre
exportações e importações. Seria quase vinte vezes pior que o resultado
negativo do ano passado, de cerca de 4 bilhões de dólares.”
Com essa entrada de 75 bilhões de
dólares na economia brasileira, fruto do superávit na balança comercial do
agronegócio, evitou-se, sem dúvida nenhuma, um desastre na economia do país em
2014. Esses dados, por si só, já provam que o agronegócio é hoje essencial para
a saúde da economia brasileira, por isso que o Governo precisa, não só
preservar essa riqueza, como cuidar bem dela para que continue crescendo e
gerando bons resultados.
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