Ninguém no Brasil duvida de que
Educação de qualidade é essencial para mudar a cara do nosso país. E isso é
fato incontestável. Enquanto não tivermos Educação de qualidade, não adianta
reclamar nas redes sociais nem questionar o resultado das eleições, porque nada
muda. Não há como mudarmos o nosso país com o quadro de deficiência que hoje se
apresenta no Ensino da Rede Pública. Se alguns Estados e Municípios fazem
alguma coisa, a maioria simplesmente relega a Educação a um plano secundário,
pouco importando com as crianças e adolescentes que dependem do Ensino Público.
Felizmente ainda existem alguns
Administradores Públicos de visão, que se preocupam com a Educação. Seria ótimo
se esses poucos exemplos se propalassem Brasil afora. Infelizmente, aqui no
Brasil, o que se alastra com rapidez são os maus exemplos, como vem acontecendo
em relação à corrupção e ao mosquito da dengue, pragas que assolam o país, do
Oiapoque, no Amapá, ao Chuí, no Rio Grande do Sul.
A Revista Veja, edição 2422 – ano 48 – nº. 16, páginas 100/101, trouxe
um bem exemplo de cidade educadora. E como é possível ver, não se trata de
nenhum grande e rico município. Pelo contrário, trata-se de uma pequena cidade
do interior do Ceará, com renda per capta bem abaixo da média brasileira,
provando que o nosso problema não é falta de dinheiro, mas, tão somente de
gerenciamento do dinheiro público. Sobre o exemplo de Brejo Santos, falou a
Revista Veja:
“Localizada aos pés da Chapada do Araripe, a 521 quilômetros de Fortaleza,
Brejo Santos é uma cidade bem brasileira. Com pouco menos de 50.000 habitantes,
situação de quase 90% dos municípios do país, ela ostenta IDH pouco inferior à
média nacional e renda por habitante quase 70% menor. Poderia repetir também os
péssimos resultados da educação brasileira, mas vem conseguindo escapar do
destino. No Ideb de 2013, índice do governo federal que combina taxas de evasão
e repetência com desempenho escolar no nível fundamental, a cidade exibe nota
7,2 – a média brasileira é 5,2. Em uma das unidades locais de ensino, a Escola
Maria Leite de Araújo, a presença de galinhas no pátio de terra batida não
permite suspeitar de uma nota invejável: 9,2.”
Infelizmente,
enquanto exibimos poucos bons exemplos como o de Brejo Santos, existem muitos
outros péssimos exemplos, como bem apontou uma Reportagem do Fantástico do dia 09 de
março de 2014, que retratou a triste realidade da Educação Pública brasileira
oferecida aos nossos jovens em muitos Municípios brasileiros. Sem dúvida é uma
realidade entristecedora. Sem Educação de qualidade, nunca será possível
mudarmos a situação caótica da má distribuição de renda, bem como desse estado
crônico de corrupção e ineficiência do serviço público. A realidade mostrada
pelo Fantástico, com certeza, também não é tão somente a de Alagoas, Maranhão e
Pernambuco. Vejamos parte da reportagem:
“Durante
dois meses, os repórteres Eduardo Faustini e Luiz Cláudio Azevedo percorreram
escolas públicas dos estados que tiveram as médias mais baixas no Programa de
Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa).
‘O
percurso deles é em torno de 20, 30 quilômetros. Muitos acordam duas, três
horas da manhã, para pegar um caminhão, para que esse caminhão leve até a
rodovia, para da rodovia vir de um transporte fornecido pela prefeitura do
município: o ônibus escolar’, conta um morador de Joaquim Gomes, em Alagoas.
‘A rua é
assim desse jeito. Os meninos, a gente atravessa eles no braço, porque não quer
ver eles molhado. Caderno, eles não dão’, conta uma moradora de Jaboatão dos
Guararapes, em Pernambuco.
‘Essa
água não é ideal para ser tomada e, principalmente dar ela para as crianças.
Isso aí tem um germe total. Eu trabalho aqui, mas dela eu também não bebo’,
revela um homem.
‘Tem
aluno que até cai da carteira, principalmente os menores, da educação
infantil’, diz uma moradora de Codó, no Maranhão.
‘Quando
temos a necessidade de irmos para o banheiro, nós vamos para o mato. Os alunos
e a professora’, afirma uma mulher.
O que a
reportagem mostra são escolas em que falta tudo, escolas que nem de longe
lembram uma escola. O que não falta é a força de vontade de alunos, professores
e pais que sofrem com as péssimas condições de ensino. Sofrem e ficam
indignados.”
O que é mostrado na reportagem chega a ser
revoltante. Não é nem de longe aceitável a situação de penúria das escolas que
são oferecidas aquelas pobres crianças. Governo que se preza não pode
compactuar com esse tipo de tratamento dispensado àquelas crianças. Enquanto
isso, procurem saber qual é a situação de vida dos prefeitos daqueles
Municípios. Certamente, andam em carrões de luxo, moram nas capitais dos estados,
e os filhos estudam nas melhores escolas e universidades do país. Em assim
sendo, não estão preocupados com filhos de pobres coitados, que vivem largados
nas fazendas dos interiores ou numa favela qualquer.
No Brasil precisamos de Administradores
Públicos competentes e comprometidos com as causas do povo. E nada de invencionice.
Enquanto houver político mais preocupado com a sua vida pessoal de que com a
vida dos cidadãos, não iremos mudar essa triste realidade. O exemplo de Brejo
Santos é salutar. Confiram o que afirmou ainda a Revista Veja sobre Brejo Santo:
“O
que faz da cidade uma referência de qualidade é uma política pouco pautada por
invencionices e muito apoiada em eficiência, meritocracia e equidade. No dia a
dia, isso se traduz em práticas eficazes em sala de aula, avaliação e premiação
de professores e garantia de que todos os alunos recebem o mesmo ensino. ‘Coloquei
a educação no centro do meu projeto político, porque sei que isso terá impacto
nos demais setores na vida local’, explica o prefeito Guilherme Sampaio Landim
(PSB). Pelo serviço, o jovem médico de 29 anos receberá na semana que vem, em
cerimônia em São Paulo, o Prêmio Prefeito Nota 10, promovido pela primeira vez
pelo Instituto Alfa e Beto (IAB). O prefeito vencedor ganha 200 000
reais.”
E o que vem fazendo o prefeito de
Brejo Santo é possível ser feito por qualquer outro, bastando para tanto que
tenha bons propósitos. Lamentavelmente a grande maioria dos nossos administradores
públicos vive para atender pleitos de cabos eleitorais, muito vezes,
comprometendo a qualidade do serviço público. E isso o povo vê todos os dias. Não
é raro servidores de um determinado órgão, que deles necessitam, serem alocados
noutros, para não fazerem nada, tão somente porque algum político influente mandou
que assim fosse feito. A boa receita para uma Educação de qualidade é simples. É
essa que a Revista Veja mostrou. Senão vejamos:
“A
receita de Brejo Santo não tem lugar para ingredientes exóticos. ‘Fazemos
feijão com arroz benfeito todos os dias’, diz Ana Jacqueline Braga Mendes,
secretária de Educação. O cardápio inclui regras rígidas para alunos e
professores. Os 11 771 estudantes têm dever de casa. Se um deles falta, a
escola entra em contato com sua família. ‘Isso reduziu drasticamente o abandono’,
diz a secretária. O prefeito também mexeu em leis e recorreu a medidas
inicialmente consideradas impopulares. Unidades que mantinham as chamadas
classes multisseriadas, em cujos bancos se sentavam lado a lado crianças de 7 a
12 anos, foram fechadas, e os alunos, transferidos para locais mais distantes,
porém estruturados. Professores, por sua vez, passaram a ser avaliados, e
aqueles que não demonstraram bons resultados foram retirados das salas de aula:
parte foi demitida, parte assumiu funções administrativas. Com os melhores em
sala de aula, a prefeitura aumentou os salários. O piso inicial é de 2 673
reais, diante do salário mínimo de 1 917,78 reais estabelecido pelo
Ministério da Educação.”
Como se comprova, a receita do
sucesso é muita mais simples do que se pode imaginar. Basta cuidar da coisa pública
como qualquer administrador cuidaria de um bem particular. Se Estados e Municípios pagam servidores para prestar serviço ao povo, o mínimo que deveria exigir
deles era compromisso com o trabalho que têm para realizar. Infelizmente, nem
sempre é assim. Existem por trás de tudo isso os apadrinhamentos, os conchavos,
os favorecimentos. Ninguém quer se indispor para não desgastar a imagem, ou perder votos e apoios políticos.
Enquanto isso o povo que paga imposto padece com a péssima qualidade da
Educação, da Saúde e da Segurança Pública. E isso não muda enquanto o povo não
for suficientemente esclarecido para exigir os seus direitos e alijar da política esses maus exemplos de políticos.
4 comentários:
Enorme prazer em tomar conhecimento respeito da educação em Brejo Santo. Parabéns a todos: Município, munícipes, prefeito, vereadores, professores, pais e alunos.
Obrigado Marilene. Esse bom exemplo de Brejo Santos para a Educação precisa ser difundido. Tomara que outros prefeitos, governadores e a presidente Dilma sigam esse grande exemplo, digno de louvor.
Boa tarde, nossa cidade aqui de caraguatatuba, conta com.mais de 200 milhões de reais investimento na educação, mas mesmo assim não conseguimos avançar, e as crianças e que sofrem, muitas no quinto ano não sabem nem ler o próprio nome.
Qual o segredo de vocês aí, vocês trabalham com apostilas do berçário até o nono ano, igual a cidade de.novo Horizonte ou não.
Agradeço o retorno
Boa tarde, nossa cidade aqui de caraguatatuba, conta com.mais de 200 milhões de reais investimento na educação, mas mesmo assim não conseguimos avançar, e as crianças e que sofrem, muitas no quinto ano não sabem nem ler o próprio nome.
Qual o segredo de vocês aí, vocês trabalham com apostilas do berçário até o nono ano, igual a cidade de.novo Horizonte ou não.
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