O que estamos ouvindo pela imprensa
sobre a Operação Lava-Jato chega a ser repugnante. É revoltante. E o mais duro
de engolir é ainda ouvir o PT dizer em nota, através da sua assessoria de
imprensa, que o partido tão somente recebe doações legais e que as declarações
do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco “não apresentam provas ou sequer
indícios de irregularidade e, portanto, não merecem crédito”, reportando-se ao
que falou o ex-gerente em sua delação premiada, quando afirmou que a sigla
recebeu cerca de U$$ 200 milhões de propinas entre 2003 e 2013 do esquema de
desvios que se instalou na estatal.
As investigações sobre os desvios de
recursos da Petrobras com certeza ainda terão muitos desdobramentos, uma vez
que os indícios mostram que muitos políticos estão envolvidos. E a oposição já
se manifestou dizendo que as acusações contra o tesoureiro do PT, que
teria recebido dinheiro para o partido, tornam ainda mais graves as denúncias
de corrupção na empresa.
O Senador José Agripino Maia, do
Rio Grande do Norte, afirmou que “Os U$ 200 milhões é um escândalo para o
Brasil e para os brasileiros, mas também um escândalo pro mundo inteiro. É o
maior escândalo do mundo. Impõe-se que a punição exemplar venha, doa a quem
doer, chegue aonde chegar”.
Apesar de tudo, segundo a
mensagem do Palácio do Planalto, através do ministro das Relações Institucionais,
responsável pelas negociações políticas com o Congresso, Pepe Vargas, em uma
rápida conversa com jornalistas, o governo está tranquilo. “Pro governo não
cria constrangimento algum. Se houver algum envolvimento de alguma pessoa do
PT, o PT vai ter que tomar as atitudes que têm que ser tomadas. Vamos aguardar
o desdobramento desses episódios”, afirmou o ministro de Relações
Institucionais, Pepe Vargas. As coisas, no entanto, não são tão simples assim.
E muito menos acreditamos que o Governo esteja tranquilo. Segundo informou o
Jornal Nacional de 05 de fevereiro de 2015:
“Num dia em que uma nova CPI sobre a
Petrobras foi aberta na Câmara, essa nova etapa da Operação Lava Jato agitou o
meio político, em Brasília.
A oposição disse que as acusações
contra o tesoureiro do PT, que teria recebido dinheiro para o partido, tornam
ainda mais graves as denúncias de corrupção na Petrobras.
‘Os U$ 200 milhões é um escândalo para
o Brasil e para os brasileiros, mas também um escândalo pro mundo inteiro, é o
maior escândalo do mundo. Impõe-se que a punição exemplar venha, doa a quem
doer, chegue aonde chegar’, disse o senador José Agripino, DEM-RN, presidente
do partido.
Pelo Palácio do Planalto, falou o
ministro de Relações Institucionais, responsável pelas negociações políticas
com o Congresso. Pepe Vargas disse, em uma rápida conversa com jornalistas, que
o governo está tranquilo.
‘Pro governo não cria
constrangimento algum. Se houver algum envolvimento de alguma pessoa do PT, o
PT vai ter que tomar as atitudes que têm que ser tomadas. Vamos aguardar o
desdobramento desses episódios’, afirmou o ministro de Relações Institucionais,
Pepe Vargas.”
Essa estratégia de disser que o
episódio não causa constrangimento nenhum ao Governo é muito parecida com aquela
outra de que ninguém sabia de nada. No fundo, todos são inocentes. Foram enganados
pelos companheiros, que buscaram arrecadar dinheiro, através das empresas que
tinham negócios com a Petrobras, sem o conhecimento e a permissão da cúpula do
Governo e do PT. Com a abertura dessa nova CPI, na qual não acreditamos muito, já
que será comandada pelo PMDB e o PT, mesmo,
assim, é possível que as coisas tomem um rumo inesperado e surpreendam, como
aconteceu com a CPI do Mensalão, pois, segundo ainda informou o Jornal Nacional:
“Dois partidos de oposição - PPS e
Democratas – anteciparam que vão pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e
telefônico de João Vaccari Neto e do ex-diretor de Serviços da Petrobras,
Renato Duque, já na primeira reunião da nova CPI na Câmara. Vaccari e Duque
também devem ser convocados para depor.
Na manhã desta quinta-feira (5), o
presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, leu em plenário o ofício que
criou a CPI da Petrobras para investigar denúncias de corrupção na empresa
entre 2005 e 2015.
Agora, os partidos vão indicar os 27
integrantes da CPI. A base governista terá maioria de pelo menos 15 vagas. Mas,
na prática, vai depender muito do comportamento do PMDB, de Eduardo Cunha,
partido que vai comandar a comissão.”
No fundo ainda acreditamos muito na
mobilização popular, por isso que o desenvolvimento das atividades parlamentares
na CPI dependerão muito da maneira como o povo reagir daqui para a frente. Quem
lembra da CPI que investigou os desvios do Governo Collor de Melo sabe como as
coisas funcionam no Congresso Nacional. Lá ninguém quer perder. Na hora em que o
barco der sinais de que não se sustenta, todos o abandonam, buscando a sua própria
salvação. A fidelidade do nosso Congresso Nacional é uma coisa muito relativa,
ou seja, depende muito da conveniência de cada um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário