quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

CORRUPÇÃO NA PETROBRAS. JUSTIÇA OUVE QUATRO TESTEMUNHAS DE ACUSAÇÃO CONTRA MENDES JUNIOR E UTC



            As revelações sobre desvios de dinheiro na Petrobras são tantas que temos até dificuldades para nos manter inteirados de todas as notícias a respeito, por mais que nos esforcemos. Como o volume de falcatruas é exageradamente grande, corremos o risco de a Justiça se embaralhar e demorar uma eternidade para julgar todos os processos. E com isso os crimes podem prescrever, como já aconteceram em várias outras operações. A sorte do povo brasileiro é que o Juiz Dr. Sérgio Moro, como é competente e comprometido com o seu trabalho, segundo informações, decidiu fracionar as demandas, evitando que todos os envolvidos sejam processados numa só ação penal.

            Na data de hoje, segundo notícias divulgadas em toda a imprensa, a Polícia Federal ouviu quatro testemunhas de acusação contra as construtoras Mendes Júnior e UTC, ambas suspeitas de fraudes em licitações da Petrobras. Tomara que as investigações sejam bem sucedidas e que todos os envolvidos nos desvios de recursos da empresa paguem pelos crimes praticados. A esse respeito, confiram a notícia encontrada no site do Jornal Nacional:              

“Em Curitiba, a Justiça Federal ouviu nesta quarta-feira (11) quatro testemunhas de acusação contra as construtoras Mendes Júnior e UTC, suspeitas de fraudar licitações da Petrobras.

Essa é a ação da sétima fase da Operação Lava Jato com o maior número de réus: 16, quatro deles executivos das construtoras Mendes Júnior e UTC.

A UTC é acusada pelo Ministério Público Federal de ser parceira do doleiro Alberto Youssef em crimes de lavagem de dinheiro. O advogado de Ricardo Pessoa, presidente da UTC, nega as acusações.

‘É uma acusação que não se sustenta e nós esperamos que no decorrer do processo isso tudo fique bastante claro’, afirmou Alberto Toron, advogado de Ricardo Pessoa.

Segundo os procuradores, a Mendes Júnior pagou propina à diretoria de Abastecimento da Petrobras, na época coordenada por Paulo Roberto Costa, pelas licitações que venceu para realizar obras para estatal.

Os investigadores afirmam que o dinheiro foi lavado em contratos simulados com empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef, a maioria através da GFD Investimentos. A contadora da empresa na época confirmou em depoimento nesta quarta-feira (11) que as notas eram falsas.

‘Não, nunca houve a prestação de serviços de nenhuma nota emitida pela GFD’, afirmou Meire Poza, ex-contadora da GFD Investimentos.

A UTC e a Mendes Júnior são acusadas pelo Ministério Público de fazer parte do clube, o grupo de empreiteiras montado para ter privilégios em contratos com a Petrobras. Nos depoimentos, executivos que fizeram acordo de delação premiada falaram sobre o funcionamento do grupo.


Augusto Mendonça, da empresa Toyo Setal, foi uma das quatro testemunhas ouvidas nesta quarta-feira (11). Na segunda-feira (9), ele disse que o clube das empreiteiras perdeu a efetividade entre 2011 e 2012. Em 2012 Paulo Roberto Costa deixou a diretoria de Abastecimento e Renato Duque saiu da diretoria de Serviços.


Augusto Mendonça: Essas reuniões se tornaram absolutamente ineficazes e deixaram de acontecer, não houve mais nenhuma tentativa de acordo a partir dessa época.

Procurador: Para entender então: o cartel deixou de funcionar a partir dessa época, 2011, 2012, porque não tinha mais aceitação por parte da Petrobras. É isso?
Augusto: Exatamente. Não tinha mais interlocução. Na saída desses dois diretores e da entrada dos novos, os novos não tiveram esse tipo de acordo.

O advogado do vice-presidente da Mendes Júnior admitiu que a empresa pagou propina, mas que foi vítima de extorsão pela diretoria de Abastecimento da Petrobras.”

            Segundo entendemos, para cada fase da Operação Lava-Jato existe uma Ação Penal. E a sétima fase da Operação conta com o maior número de réus: dezesseis: sendo quatro deles executivos das construtoras Mendes Júnior e UTC. Essa tática do Dr. Sérgio Moro de desmembrar os processos nos parece inteligente. Se todos fizessem parte de uma mesma ação penal, como aconteceu com o Mensalão, correríamos o risco de nunca chegar a lugar nenhum. E isso seria ótimo para os envolvidos na Operação.    



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