As revelações sobre desvios de dinheiro
na Petrobras são tantas que temos até dificuldades para nos manter inteirados
de todas as notícias a respeito, por mais que nos esforcemos. Como o volume de
falcatruas é exageradamente grande, corremos o risco de a Justiça se embaralhar
e demorar uma eternidade para julgar todos os processos. E com isso os crimes
podem prescrever, como já aconteceram em várias outras operações. A sorte do
povo brasileiro é que o Juiz Dr. Sérgio Moro, como é competente e comprometido
com o seu trabalho, segundo informações, decidiu fracionar as demandas,
evitando que todos os envolvidos sejam processados numa só ação penal.
Na data de hoje, segundo notícias
divulgadas em toda a imprensa, a Polícia Federal ouviu quatro testemunhas de
acusação contra as construtoras Mendes Júnior e UTC, ambas suspeitas de fraudes
em licitações da Petrobras. Tomara que as investigações sejam bem sucedidas e que
todos os envolvidos nos desvios de recursos da empresa paguem pelos crimes praticados.
A esse respeito, confiram a notícia encontrada no site do Jornal Nacional:
“Em Curitiba, a Justiça Federal ouviu
nesta quarta-feira (11) quatro testemunhas de acusação contra as construtoras
Mendes Júnior e UTC, suspeitas de fraudar licitações da Petrobras.
Essa é a ação da sétima fase da
Operação Lava Jato com o maior número de réus: 16, quatro deles executivos das
construtoras Mendes Júnior e UTC.
A UTC é acusada pelo Ministério
Público Federal de ser parceira do doleiro Alberto Youssef em crimes de lavagem
de dinheiro. O advogado de Ricardo Pessoa, presidente da UTC, nega as
acusações.
‘É uma acusação que não se sustenta e
nós esperamos que no decorrer do processo isso tudo fique bastante claro’,
afirmou Alberto Toron, advogado de Ricardo Pessoa.
Segundo os procuradores, a Mendes
Júnior pagou propina à diretoria de Abastecimento da Petrobras, na época
coordenada por Paulo Roberto Costa, pelas licitações que venceu para realizar
obras para estatal.
Os investigadores afirmam que o
dinheiro foi lavado em contratos simulados com empresas controladas pelo
doleiro Alberto Youssef, a maioria através da GFD Investimentos. A contadora da
empresa na época confirmou em depoimento nesta quarta-feira (11) que as notas
eram falsas.
‘Não, nunca houve a prestação de
serviços de nenhuma nota emitida pela GFD’, afirmou Meire Poza, ex-contadora da
GFD Investimentos.
A UTC e a Mendes Júnior são acusadas
pelo Ministério Público de fazer parte do clube, o grupo de empreiteiras
montado para ter privilégios em contratos com a Petrobras. Nos depoimentos,
executivos que fizeram acordo de delação premiada falaram sobre o funcionamento
do grupo.
Augusto Mendonça, da empresa Toyo
Setal, foi uma das quatro testemunhas ouvidas nesta quarta-feira (11). Na
segunda-feira (9), ele disse que o clube das empreiteiras perdeu a efetividade
entre 2011 e 2012. Em 2012 Paulo Roberto Costa deixou a diretoria de
Abastecimento e Renato Duque saiu da diretoria de Serviços.
Augusto Mendonça: Essas reuniões se tornaram
absolutamente ineficazes e deixaram de acontecer, não houve mais nenhuma
tentativa de acordo a partir dessa época.
Procurador: Para entender então: o cartel deixou
de funcionar a partir dessa época, 2011, 2012, porque não tinha mais aceitação
por parte da Petrobras. É isso?
Augusto: Exatamente. Não tinha mais interlocução. Na saída desses dois diretores e da entrada dos novos, os novos não tiveram esse tipo de acordo.
Augusto: Exatamente. Não tinha mais interlocução. Na saída desses dois diretores e da entrada dos novos, os novos não tiveram esse tipo de acordo.
O advogado do vice-presidente da
Mendes Júnior admitiu que a empresa pagou propina, mas que foi vítima de
extorsão pela diretoria de Abastecimento da Petrobras.”
Segundo entendemos, para cada fase
da Operação Lava-Jato existe uma Ação Penal. E a sétima fase da Operação conta com o maior número de réus: dezesseis: sendo quatro deles executivos das
construtoras Mendes Júnior e UTC. Essa tática do Dr. Sérgio Moro de desmembrar os
processos nos parece inteligente. Se todos fizessem parte de uma mesma ação penal,
como aconteceu com o Mensalão, correríamos o risco de nunca chegar a lugar
nenhum. E isso seria ótimo para os envolvidos na Operação.
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