A construção de armazéns passou a
ser uma preocupação dos Governos brasileiros desde o início da década de 1950, quando,
como forma de oferecer melhores condições para o produtor guardar sua safra na
expectativa de obter preços mais vantajosos, começaram os incentivos através de
financiamentos para a construção de armazéns para produtores com condições
amplamente favoráveis: as taxas de juros eram subsidiadas e os prazos para
pagamento variavam de cinco a vinte anos.
Com
esses e outros incentivos, a agricultura brasileira cresceu 57% (incluindo o
café), nos anos cinquenta, índice considerado notável, tendo como fatores
favoráveis: 1) melhoria na infraestrutura com a construção de rodovias e
aumento da capacidade de armazenamento; 2) estabelecimento e expansão dos
serviços de extensão rural; 3) garantia de preços mínimos; 4) subsídios às
taxas de câmbio na importação de fertilizantes, produtos derivados do petróleo,
tratores e caminhões; e 5) intensificação do crédito agrícola ocorrida no fim
da década.
Em 1962, no Governo de João Goulart,
através da Lei Delegado de nº 07, foi autorizada a Sunab a constituir a
CIBRAZÉM – Companhia Brasileira de Armazenamento, que ao longo de muitos anos,
juntamente com a Comissão de Financiamento da Produção, desempenhou um papel
dos mais relevantes. Ultimamente, no entanto, com as supersafras de grãos que o
Brasil tem alcançado a cada ano, a infraestrutura de armazenamento não tem sido
suficiente para atender as necessidades do país. A esse propósito, confiram parte da
matéria encontrada no site http://www.noticiasagricolas.com.br:
“A
safra 2014/2015 de soja já começou a ser colhida no Brasil e o próximo passo é
a armazenagem. Segundo dados da Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária
de MS, com base em levantamento feito pela Conab – Companhia Nacional de
Abastecimento, o Estado tem capacidade de estocar cerca de 8 milhões das 13,8
milhões de toneladas de grãos de soja e milho previstas para a safra atual. Com
o objetivo de desenvolver o gerenciamento de unidades armazenadoras, o Senar/MS
– Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de MS oferece entre os dias 20 e 23 de
janeiro em Dourados o curso de armazenagem de grãos de soja e milho.
Em âmbito nacional, o déficit não difere. Os armazéns brasileiros devem comportar apenas 47% da safra 2014/2015 de grãos, com base nas informações da Conab. Para o instrutor do Senar/MS Paulo Mitio, essa realidade nacional ainda está longe de ser superada. ‘Se formos levarmos à risca, o ideal seria que a capacidade de armazenagem fosse superior a 20% da produção’, informa Mitio, que destaca a importância no cuidado pós-colheita. “Não é apenas plantar, tratar de pragas e doenças, cuidar do solo e colher. É preciso armazenar de forma correta e capacitar profissionais para esse tipo de trabalho”, sustenta o instrutor do Senar/MS.”
Se
a nossa capacidade de armazenamento de grãos limita-se tão somente a 47%, e segundo
informou o instrutor do Senar/MS Paulo Mitio, o ideal seria que a nossa
capacidade fosse superior a 20% da produção, não há dúvida nenhuma de que estamos numa
situação extremamente delicada. Esse dado é preocupante. E hoje, conforme a notícia
a que nos reportamos, “O agricultor tem duas opções para estocar a produção:
ter esse tipo de estrutura na propriedade ou recorrer a cooperativas e empresas
de armazenamento. ‘Isso vai depender muito da área plantada, ou seja, de quanto
ele vai colher. Vale a pena ressaltar que quando o produtor tem uma unidade de
armazenamento em sua propriedade, o processo de comercialização é mais rápido’,
destaca Mitio enfatizando o benefício do investimento.”
Apesar
de alguns problemas ainda existirem e necessitarem de providências para
equacioná-los, é inegável que muito já se fez na busca de melhores condições
para a atividade rural, principalmente na década de setenta, quando mesmo não
se tendo conseguido dar ao produtor tudo o que era preciso, empenhou-se, por
meio dos mais variados mecanismos de incentivo, no propósito de viabilizar a economia
rural do país e transformá-lo no grande exportador de alimento que é hoje.
Agora, no entanto, é chegado o momento de o Governo vê esse problema da reduzida capacidade de armazenamento e tentar
viabilizar os meios necessários para equacioná-lo, uma vez que o Brasil depende
como nunca das riquezas do campo, vitais para alimentar a população do país e
equilibrar a balança comercial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário