“Réu em um dos processos da Lava-Jato
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na aquisição de navios-sonda de
exploração de petróleo em alto mar, Cerveró teve prisão preventiva decretada
após movimentação financeira suspeita. O desembargador do TRF afirma que ‘é, no
mínimo, estranho, que o paciente procure diminuir seu patrimônio pessoal e
transferir aplicações financeiras’ quando é alvo de acusação criminal.
O magistrado afirmou ser ‘imprescindível
a requisição de informações’ ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os
processos da Lava-Jato, considerando que a decretação de prisão foi feita por
um juiz federal de plantão. Gebran Neto refutou o argumento da defesa de que a
prisão foi decretada sem fundamentos.”
Segundo noticiou ainda o Jornal
Diário do Nordeste, não é tão somente o ex-diretor Nestor Cerveró que deseja
conseguir liberdade, uma vez que a defesa do vice-presidente da Camargo Corrêa,
Eduardo Hermelino Leite, também ingressou com habeas corpus no Supremo Tribunal
Federal, requerendo que a prisão do acusado seja revogada, alegando que ele
sofre de hipertensão. A esse respeito, confiram o que diz o Jornal Diário do
Nordeste:
“Quem também entrou com pedido de habeas
corpus foi a defesa do vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino
Leite, mas no Supremo Tribunal Federal (STF), requerendo que a prisão do
acusado seja revogada. Em petição protocolada na quinta-feira, (15), o advogado
de Leite argumenta que o executivo sofre de hipertensão e pede ou a
reconsideração da prisão ou que Leite possa cumprir prisão domiciliar devido
aos problemas de saúde.
Em despacho ontem, o presidente do
STF, o ministro Ricardo Lewandowski, pediu que sejam apresentadas informações
sobre o Estado de saúde de Leite e as condições ‘da estrutura de atendimento
médico a ele disponibilizada na unidade prisional em que custodiado’ para que
ele emita sua decisão.”
Segundo notícias divulgadas na
imprensa, Cerveró tentou resgatar um investimento de R$ 463 mil, para
transferir para a filha, um dia antes de virar réu do processo da Lava-Jato, em
16 de dezembro de 2014. O fato é que o ex-diretor já vem sendo monitorado há
algum tempo em razão de serem fortíssimas as suspeitas que recaem sobre ele. E
não é para menos, depois da comprovação da desastrosa transação da compra da
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, ocorrida na gestão dele, quando estava a frente da área
internacional da Petrobras.
Por tudo isso, a movimentação
financeira considerada suspeita pelo Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) serviu de fundamento para que a força tarefa da Operação Lava-Jato
requeresse a prisão do ex-diretor, que foi detido na última quarta-feira, por
agentes federais, ao chegar da viagem que fez a Londres com a mulher.
Com a referida movimentação, houve uma
interpretação de que desejava realizar-se ocultação de patrimônio. Por sua vez,
Cerveró apresentou um extrato em seu pedido de liberdade no dia 15 de janeiro,
mostrando que o dinheiro estava na conta.
Por outro lado, segundo acusou o
Ministério Público Federal, o ex-diretor Cerveró teria omitido da Justiça o
fato de possuir um passaporte espanhol, em ofício anexado ontem ao inquérito
que resultou na prisão preventiva dele, na última quarta-feira (14).
Entende o Ministério Público que o
passaporte facilitaria a fuga do país, já que é difícil conseguir que países
estrangeiros extraditem para o Brasil cidadãos que tenham dupla nacionalidade,
assim como é o caso do ex-diretor.
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