sábado, 17 de janeiro de 2015

CORRUPÇÃO NA PETROBRAS. JUSTIÇA MOSTRA COERÊNCIA E NEGA LIBERDADE A NESTOR CERVERÓ



           O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, preso preventivamente, após ter realizado movimentação financeira suspeita, teve negado, pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), o pedido de liberdade. O ex-diretor encontra-se detido na Polícia Federal, em Curitiba, desde quarta-feira, a pedido da força-tarefa da operação Lava-Jato. "Não se verifica flagrante ilegalidade no decreto prisional, capaz de atrair o deferimento do pedido liminar", informa o desembargador, em sua decisão preliminar sobre o pedido de habeas corpus, impetrado pela defesa de Cerveró. Sobre a decisão da Justiça, que negou o pedido de liberdade ao ex-diretor, informa notícia encontrada no site do Jornal Diário do Nordeste:

“Réu em um dos processos da Lava-Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na aquisição de navios-sonda de exploração de petróleo em alto mar, Cerveró teve prisão preventiva decretada após movimentação financeira suspeita. O desembargador do TRF afirma que ‘é, no mínimo, estranho, que o paciente procure diminuir seu patrimônio pessoal e transferir aplicações financeiras’ quando é alvo de acusação criminal.

O magistrado afirmou ser ‘imprescindível a requisição de informações’ ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava-Jato, considerando que a decretação de prisão foi feita por um juiz federal de plantão. Gebran Neto refutou o argumento da defesa de que a prisão foi decretada sem fundamentos.”

            Segundo noticiou ainda o Jornal Diário do Nordeste, não é tão somente o ex-diretor Nestor Cerveró que deseja conseguir liberdade, uma vez que a defesa do vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, também ingressou com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal, requerendo que a prisão do acusado seja revogada, alegando que ele sofre de hipertensão. A esse respeito, confiram o que diz o Jornal Diário do Nordeste: 

“Quem também entrou com pedido de habeas corpus foi a defesa do vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, mas no Supremo Tribunal Federal (STF), requerendo que a prisão do acusado seja revogada. Em petição protocolada na quinta-feira, (15), o advogado de Leite argumenta que o executivo sofre de hipertensão e pede ou a reconsideração da prisão ou que Leite possa cumprir prisão domiciliar devido aos problemas de saúde.

Em despacho ontem, o presidente do STF, o ministro Ricardo Lewandowski, pediu que sejam apresentadas informações sobre o Estado de saúde de Leite e as condições ‘da estrutura de atendimento médico a ele disponibilizada na unidade prisional em que custodiado’ para que ele emita sua decisão.”

Segundo notícias divulgadas na imprensa, Cerveró tentou resgatar um investimento de R$ 463 mil, para transferir para a filha, um dia antes de virar réu do processo da Lava-Jato, em 16 de dezembro de 2014. O fato é que o ex-diretor já vem sendo monitorado há algum tempo em razão de serem fortíssimas as suspeitas que recaem sobre ele. E não é para menos, depois da comprovação da desastrosa transação da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, ocorrida na gestão dele, quando estava a frente da área internacional da Petrobras.    

Por tudo isso, a movimentação financeira considerada suspeita pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) serviu de fundamento para que a força tarefa da Operação Lava-Jato requeresse a prisão do ex-diretor, que foi detido na última quarta-feira, por agentes federais, ao chegar da viagem que fez a Londres com a mulher.

Com a referida movimentação, houve uma interpretação de que desejava realizar-se ocultação de patrimônio. Por sua vez, Cerveró apresentou um extrato em seu pedido de liberdade no dia 15 de janeiro, mostrando que o dinheiro estava na conta.

Por outro lado, segundo acusou o Ministério Público Federal, o ex-diretor Cerveró teria omitido da Justiça o fato de possuir um passaporte espanhol, em ofício anexado ontem ao inquérito que resultou na prisão preventiva dele, na última quarta-feira (14).

Entende o Ministério Público que o passaporte facilitaria a fuga do país, já que é difícil conseguir que países estrangeiros extraditem para o Brasil cidadãos que tenham dupla nacionalidade, assim como é o caso do ex-diretor.


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