sábado, 4 de janeiro de 2014

AGRONEGÓCIO CONTINUA CRESCENDO, MAS PRODUÇÃO DE MILHO TERÁ QUEDA ACENTUADA NA PRÓXIMA SAFRA

Como já tivemos a oportunidade de mostrar noutros artigos, a balança comercial brasileira ainda vem se sustentando graças as exportações do agronegócio. No entanto, precisamos lembrar que os indicadores mostram que o Governo necessita trabalhar melhor o mercado externo, sob pena de comprometer o futuro das exportações brasileiras de um modo geral. Esse fato foi bem relatado por Álvaro Fagundes, Editor-Adjunto da coluna mercado do Ourofino Agronegócio, em artigo intitulado o “Mundo está encolhendo para produtos fabricados no país”. Vejamos o que encontramos no site www.ourofino.com: “A queda de 87% no saldo positivo do comércio brasileiro com o exterior não reflete apenas os problemas no câmbio e de competitividade do país, mas também é um sinal de como o mundo está cada vez menor para os produtos fabricados por aqui. O superavit no ano passado de meros US$ 2,6 bilhões é um dos preços que se paga quando se tem a economia que menos celebra acordos de investimento entre os países do G20 (grupo das grandes potências globais). O reflexo é que no ano passado o país perdeu espaço no comércio com grandes parceiros. Foi o caso dos EUA, por exemplo, onde nossa fatia caiu de 1,45% das importações americanas, em 2012, para 1,24%, em 2013. O mesmo cenário se repetiu na Alemanha: 0,58%, em 2012, para 0,39%, no ano passado. E mesmo na vizinha Argentina --a participação ficou 0,1 ponto percentual menor em relação a 2012. Mas não são apenas nos mercados que tradicionalmente compram os produtos industrializados brasileiros em que houve perda de espaço. O mesmo cenário se repetiu nos grandes compradores de matérias-primas. Na China, principal mercado para nossas exportações, a participação do país nas compras da segunda maior economia global foi reduzida para 2,81%, 0,11 ponto percentual menos que em 2012. No caso do Japão (segundo maior mercado para o minério de ferro brasileiro), a queda foi ainda mais forte: de 1,54% para 1,20% em 2013. A perda percentual nesses mercados pode parecer pequena, mas representam muitas vezes centenas de milhões de dólares. E o mercado global deve ficar ainda menor nos próximos anos para o país, quando os EUA e a União Europeia devem fechar o seu tratado de livre-comércio. Até por isso, o governo brasileiro agora tenta apressar um acordo comercial com os europeus, cujas negociações iniciaram em 1999 e estavam em banho-maria, mas que agora são vistas como tábua de salvação para evitar o isolamento comercial do país.” Apesar desse cenário pouco favorável para as exportações brasileiras, o agronegócio ainda continuará crescendo nos próximos anos, devendo, inclusive, salvar mais uma vez a balança comercial. Como muito bem destacou, em matéria de capa, a Revista Exame, Ed. 1033, ano 47, nº. 21, de 13 de novembro de 2013: “O Brasil que dá certo: com cada vez mais tecnologia de ponta, a agricultura brasileira dá saltos de produtividade e empurra a economia. Como uma elite de fazendeiros está transformando o campo em referência mundial.” Isso de fato é verdadeiro, e não nos surpreende, como já tivemos a oportunidade de mostrar em vários artigos que publicamos no nosso blog. Na reportagem que se inicia na página 31, a Revista começa informando que “Se há um setor em que o Brasil é incontestavelmente competitivo, esse setor é o agronegócio. O país é visto pelo restante do mundo como um dos principais provedores de alimentos no presente e no futuro. Trata-se de uma posição estratégica. Estima-se que em 2050 o mundo tenha de alimentar 9,1 bilhões de pessoas. Por razões como essas, o agronegócio brasileiro está vocacionado para o mercado internacional.” Ninguém pense, no entanto, que esse sucesso que é hoje o agronegócio brasileiro nasceu de repente. Esse sucesso deve-se a uma política agrícola que vem se consolidando ao longo dos últimos 40 anos, que teve como ponto forte a década de 1970, quando os Governos Militares investiram pesado em crédito rural subsidiado, conjugado com assistência técnica e extensão rural, além de política de preços mínimos, seguro agropecuário, armazenamento e transporte. Apesar de tudo, os indicadores apontam para uma queda acentuada na produção de milho para a próxima safra, segundo se vê de matéria publicada no site do Globo Rural. Senão vejamos:
“Sem mesmas brechas, milho deve perder espaço em safra brasileira. Produção nacional deve recuar, como já evidenciam órgãos do governo. Cenário internacional favoreceu cultura em 2013, tornando-a remuneradora. Dois mil e quatorze promete ser um ano de reflexões para o milho brasileiro. O momento desfavorável em relação às demais commodities fará a cultura perder espaço e obrigará o produtor a rever seu planejamento. O agricultor deve pisar no freio neste novo ano agrícola, plantando uma área menor e colhendo menos, respectivamente.
Na avaliação dos especialistas do mercado, ao contrário da temporada passada o país não deve encontrar as mesmas brechas que tanto o favoreceram. ‘O Brasil como um todo foi beneficiado pelo cenário internacional e isso favoreceu uma produção maior com preços mais remuneradores. Mas o cenário está mudando’, diz Fernando Burgos, diretor geral da consultoria SAFRAS & Mercado. A fala é uma referência aos problemas vividos pelos Estados Unidos com a safra de milho e que alteraram o quadro de oferta e demanda mundiais. ‘Nada indica que terão problema novamente. O cenário não é tão favorável, com preços baixos e com a oferta e demanda recompondo seus níveis atuais’, afirma Burgos. Nas projeções feitas pelo governo o recuo na safra brasileira de milho já começa a ganhar forma. A Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, projeta uma queda de 3% no volume a ser colhido, passando de 81 milhões de toneladas para outros 78,7 milhões de toneladas. A área, de 15,8 milhões de hectares, deve chegar a 15,4 milhões de hectares. ‘2014 vai obrigar o produtor a refletir em termos de produção e de comercialização’, pondera o diretor geral de SAFRAS & Mercado. Exportação Em 2013 as exportações brasileiras de milho em grão cresceram 17,3% na comparação com 2012, encerrando o ano passado acima de 26,6 milhões de toneladas, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). ‘Em 2012 os Estados Unidos perderam 100 milhões de toneladas de sua safra de milho e que não ficaram disponível. Isso abriu a brecha para o milho brasileiro. Agora eles devem colocar sua produção no mercado e têm vantagens que nosso produtor não tem’, conclui Fernando Burgos. E como podemos ver, a queda na produção de milho na próxima safra deve-se a problemas relacionados com o mercado externo, situação desfavorável em vários aspectos, como muito bem ressaltou a matéria publica no site www.ourofino.com.

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