Hoje é
um dia especial para falarmos dos problemas brasileiros, já que estamos comemorando
125 anos da Proclamação da República. Como se vê, já estamos bem adultos para tolerar
tanta safadeza. E é por isso que às vezes temos desânimo com essa história de corrupção.
Os escândalos repetem-se sucessivamente. É um atrás do outro. Destacam-se alguns,
é claro, como é o caso do atual na Petrobras, que resultou na Operação Lava Jato.
O
que mais nos entristece é que a safadeza no Brasil é coisa rotineira. E o povo
parece que já aceita como natural. Talvez pelo fato de terem caído na rotina e
descrença. E não são tão somente os políticos que desviam dinheiro público. E
como exemplo de falcatruas de empresários inescrupulosos, estamos vendo agora
as prisões da nata da construção civil.
O
bom de tudo isso é que ainda temos magistrados e ministros que não compactuam
com essas safadezas e mandam prender os bandidos. O Juiz Federal Sérgio Mora e
o Ministro Joaquim Barbosa são bons exemplos. A respeito das últimas prisões de
envolvidos no escândalo da Petrobras, vejamos a notícia publicada no site da
Revista Época:
“Na manhã da sexta-feira (14), Renato Duque, ex-diretor
da Petrobras,
recebeu a visita de policiais federais em seu apartamento na Barra da Tijuca,
no Rio de Janeiro. Duque vivia, oito meses depois, a mesma experiência de Paulo
Roberto Costa, que fora seu colega na diretoria da Petrobras durante oito
anos. Duque soube que era acusado de participar de um esquema de corrupção que
grassou durante sua gestão na estatal. Saiu de casa conduzido pelos policiais,
como o mais novo preso pela Operação Lava Jato, uma investigação sobre lavagem de
dinheiro que atingiu o coração da maior estatal brasileira, das maiores
empreiteiras e de três partidos políticos. Duque estava naquela situação porque
fora delatado por Paulo Roberto. Como ele, diretores de oito empreiteiras foram
procurados pelos policiais em cinco Estados e no Distrito Federal.”
Como
noticiou a Revista Época e a imprensa de um modo geral, além da prisão do
ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, diretores de oito empreiteiras foram
presos. E olha que não são peixinhos quaisquer. São diretores das maiores
construtoras do país. Com isso podemos ver como as coisas funcionam nos
bastidores da política brasileira.
Sem consciência do povo, para exigir
providências dos órgãos de controle e da Justiça na hora de julgar, nada muda
no nosso país. Não é possível que fiquemos calados diante de tanta roubalheira.
Enquanto isso o povo não tem atendimento médico nem escola pública de qualidade
para os seus filhos. É um verdadeiro desrespeito para com nós cidadãos. E agora
pelo que estamos vendo, a corrupção conseguiu mais uma grande proeza: levou a
nossa principal empresa, a Petrobras, para o fundo do poço. O escândalo é
monumental. Vejamos ainda o que diz a Revista Época:
“A
sétima fase da Lava Jato foi para a rua na sexta-feira, com 300 policiais
federais e 50 auditores da Receita Federal. Por determinação do juiz
federal Sergio Moro, a PF saiu às ruas para executar 85 mandados
judiciais: seis de prisão preventiva, 21 de prisão temporária, nove de condução
coercitiva e 49 de busca e apreensão. A Justiça ainda decretou o bloqueio de
aproximadamente R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36 investigados. Uma
enormidade, só possível porque, meses atrás, premidos por provas irrefutáveis
que os condenariam a uma vida no cárcere, Paulo Roberto e seu parceiro de
negócios, o doleiro Alberto Youssef, aceitaram colaborar com a Justiça e
contar tudo o que sabiam, viram ou fizeram num esquema que sorveu recursos da
Petrobras para abastecer o caixa de PT, PP e PMDB e deu, de acordo com as
denúncias, lucro a nove das maiores empreiteiras brasileiras.”
Se o povo brasileiro tivesse
consciência da gravidade desses fatos, certamente que teríamos uma guerra civil.
Não é possível ninguém de bom senso aceitar pacificamente fatos de tamanha
gravidade. E o pior: sabendo que todo esse dinheiro desviado serviu para
enriquecer ainda mais grupos empresariais sem escrúpulos e políticos corruptos.
A Revista Veja, por seu turno, também publicou matéria relevante no seu site.
Vejam o que diz:
“Esse
senhor pesadão, bem vestido, puxando uma maleta com algumas mudas de roupa e
itens de higiene pessoal, não está se dirigindo a um hangar de jatos executivos
para mais uma viagem de negócios. Ele está sendo conduzido por policiais para
uma temporada na cadeia. A foto ao lado mostra o engenheiro Ricardo Pessoa,
dono da empreiteira UTC, apontado por investigações da Operação Lava-Jato como
o “chefe do clube”. Um clube muito exclusivo, diga-se. Dele só podiam fazer
parte grandes empresas que aceitassem as regras do jogo de corrupção na
Petrobras. Por mais de uma década, os membros desse clube se associaram
secretamente a diretores da estatal e a políticos da base aliada do governo
para operar um dos maiores esquemas de corrupção já desvendados no Brasil — e,
por sua duração, volume de dinheiro e penetração na mais alta hierarquia
política do país, talvez um dos maiores do mundo.
Com essas prisões realizadas ontem
pela Polícia Federal fica evidente que essa forma de financiamento de campanhas
política precisa mudar. E segundo a Revista, a história não para por aqui. E
esse escândalo da Petrobras só confirma que um dos grandes males da nossa
política se encontra nos financiamentos de campanha por empresas que trabalham
para o governo. Ninguém de bom senso, na verdade, engole essa história de
doações para políticos. Empresários não fazem doações. Eles investem nos
candidatos favoritos, visando obter retorno no futuro. Vejamos ainda o que diz ainda
a Revista Veja
“Dono
de uma holding que controla investimentos bilionários nas áreas industrial,
imobiliária, de infraestrutura e de óleo e gás, Pessoa foi trancafiado numa
cela da carceragem da Polícia Federal. Ele e outros representantes de grandes
empreiteiras que se juntaram para saquear a maior estatal brasileira e, com o
dinheiro, sustentar uma milionária rede de propinas que abasteceu a campanha de
deputados, senadores e governadores — e, mais grave ainda, segundo declaração
do doleiro Alberto Youssef à Justiça, tudo isso teria se passado sob o olhar
complacente do ex-presidente Lula e de sua sucessora reeleita, Dilma Rousseff.”
Como podemos ver, difícil mesmo é encontrar algum
setor da sociedade que esteja imune às propinas, sonegações, desvios,
falcatruas, malfeitos e indecências com o dinheiro público. Empreiteiras,
bancos, indústrias, emissoras de televisão, botecos e indivíduos se irmanam no
esporte nacional de lesar o Estado. Seja forjando licitações, subornando um
fiscal da prefeitura ou falsificando uma carteirinha escolar para obter
isenções.
Para
piorar: perdemos a capacidade de raciocinar com o mínimo de lógica: pedimos
cadeia para corruptos, mas pouco nos importavam com os corruptores. Enfim:
parece que agora estamos invertendo essa lógica, tanto que alguns peixes gordos
foram parar na cadeira, mesmo que seja por poucos dias. De qualquer modo,
já é alguma coisa. Antes, nem isso acontecia. Já é, sem dúvida nenhuma, um grande
avanço Como podemos ver, difícil mesmo é encontrar algum setor
da sociedade que esteja imune às propinas, sonegações, desvios, falcatruas,
malfeitos e indecências com o dinheiro público. Empreiteiras, bancos,
indústrias, emissoras de televisão, botecos e indivíduos se irmanam no esporte
nacional de lesar o Estado. Seja forjando licitações, subornando um fiscal da
prefeitura ou falsificando uma carteirinha escolar para obter isenções. Para
piorar, perdemos a capacidade de raciocinar com o mínimo de lógica: pedimos
cadeia para corruptos, mas pouco nos importam os corruptores. Precisamos ter em
mente que não há corrupto sem corruptor. Como se vê, os políticos e gestores
públicos não são os únicos responsáveis pelos desvios de dinheiro público.
Claro que muitos são culpados e estes deveriam responder pelos seus crimes.
Diante dessa realidade, não restam dúvidas de que o Brasil de fato é o País do
Carnaval.
Precisamos ter em mente que não há corrupto sem
corruptor. Como se vê, os políticos e gestores públicos não são os únicos
responsáveis pelos desvios de dinheiro público. Claro que muitos são culpados e
estes deveriam responder pelos seus crimes. Diante dessa realidade, não restam
dúvidas de que o Brasil de fato é o País do Carnaval.
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