sábado, 15 de novembro de 2014

CORRUPÇÃO NA PETROBRAS. EMPREITEIRAS, PARTIDOS E POLÍTICOS ENCURRALADOS



            Hoje é um dia especial para falarmos dos problemas brasileiros, já que estamos comemorando 125 anos da Proclamação da República. Como se vê, já estamos bem adultos para tolerar tanta safadeza. E é por isso que às vezes temos desânimo com essa história de corrupção. Os escândalos repetem-se sucessivamente. É um atrás do outro. Destacam-se alguns, é claro, como é o caso do atual na Petrobras, que resultou na Operação Lava Jato.    

O que mais nos entristece é que a safadeza no Brasil é coisa rotineira. E o povo parece que já aceita como natural. Talvez pelo fato de terem caído na rotina e descrença. E não são tão somente os políticos que desviam dinheiro público. E como exemplo de falcatruas de empresários inescrupulosos, estamos vendo agora as prisões da nata da construção civil.

O bom de tudo isso é que ainda temos magistrados e ministros que não compactuam com essas safadezas e mandam prender os bandidos. O Juiz Federal Sérgio Mora e o Ministro Joaquim Barbosa são bons exemplos. A respeito das últimas prisões de envolvidos no escândalo da Petrobras, vejamos a notícia publicada no site da Revista Época:

“Na manhã da sexta-feira (14), Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, recebeu a visita de policiais federais em seu apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Duque vivia, oito meses depois, a mesma experiência de Paulo Roberto Costa, que fora seu colega na diretoria da Petrobras durante oito anos. Duque soube que era acusado de participar de um esquema de corrupção que grassou durante sua gestão na estatal. Saiu de casa conduzido pelos policiais, como o mais novo preso pela Operação Lava Jato, uma investigação sobre lavagem de dinheiro que atingiu o coração da maior estatal brasileira, das maiores empreiteiras e de três partidos políticos. Duque estava naquela situação porque fora delatado por Paulo Roberto. Como ele, diretores de oito empreiteiras foram procurados pelos policiais em cinco Estados e no Distrito Federal.”

            Como noticiou a Revista Época e a imprensa de um modo geral, além da prisão do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, diretores de oito empreiteiras foram presos. E olha que não são peixinhos quaisquer. São diretores das maiores construtoras do país. Com isso podemos ver como as coisas funcionam nos bastidores da política brasileira.


            Sem consciência do povo, para exigir providências dos órgãos de controle e da Justiça na hora de julgar, nada muda no nosso país. Não é possível que fiquemos calados diante de tanta roubalheira. Enquanto isso o povo não tem atendimento médico nem escola pública de qualidade para os seus filhos. É um verdadeiro desrespeito para com nós cidadãos. E agora pelo que estamos vendo, a corrupção conseguiu mais uma grande proeza: levou a nossa principal empresa, a Petrobras, para o fundo do poço. O escândalo é monumental. Vejamos ainda o que diz a Revista Época:

“A sétima fase da Lava Jato foi para a rua na sexta-feira, com 300 policiais federais e 50 auditores da Receita Federal. Por determinação do juiz federal Sergio Moro, a PF saiu às ruas para executar 85 mandados judiciais: seis de prisão preventiva, 21 de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 49 de busca e apreensão. A Justiça ainda decretou o bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36 investigados. Uma enormidade, só possível porque, meses atrás, premidos por provas irrefutáveis que os condenariam a uma vida no cárcere, Paulo Roberto e seu parceiro de negócios, o doleiro Alberto Youssef, aceitaram colaborar com a Justiça e contar tudo o que sabiam, viram ou fizeram num esquema que sorveu recursos da Petrobras para abastecer o caixa de PT, PP e PMDB e deu, de acordo com as denúncias, lucro a nove das maiores empreiteiras brasileiras.”

            Se o povo brasileiro tivesse consciência da gravidade desses fatos, certamente que teríamos uma guerra civil. Não é possível ninguém de bom senso aceitar pacificamente fatos de tamanha gravidade. E o pior: sabendo que todo esse dinheiro desviado serviu para enriquecer ainda mais grupos empresariais sem escrúpulos e políticos corruptos. A Revista Veja, por seu turno, também publicou matéria relevante no seu site. Vejam o que diz:

“Esse senhor pesadão, bem vestido, puxando uma maleta com algumas mudas de roupa e itens de higiene pessoal, não está se dirigindo a um hangar de jatos executivos para mais uma viagem de negócios. Ele está sendo conduzido por policiais para uma temporada na cadeia. A foto ao lado mostra o engenheiro Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, apontado por investigações da Operação Lava-Jato como o “chefe do clube”. Um clube muito exclusivo, diga-se. Dele só podiam fazer parte grandes empresas que aceitassem as regras do jogo de corrupção na Petrobras. Por mais de uma década, os membros desse clube se associaram secretamente a diretores da estatal e a políticos da base aliada do governo para operar um dos maiores esquemas de corrupção já desvendados no Brasil — e, por sua duração, volume de dinheiro e penetração na mais alta hierarquia política do país, talvez um dos maiores do mundo.
     
            Com essas prisões realizadas ontem pela Polícia Federal fica evidente que essa forma de financiamento de campanhas política precisa mudar. E segundo a Revista, a história não para por aqui. E esse escândalo da Petrobras só confirma que um dos grandes males da nossa política se encontra nos financiamentos de campanha por empresas que trabalham para o governo. Ninguém de bom senso, na verdade, engole essa história de doações para políticos. Empresários não fazem doações. Eles investem nos candidatos favoritos, visando obter retorno no futuro. Vejamos ainda o que diz ainda a Revista Veja

“Dono de uma holding que controla investimentos bilionários nas áreas industrial, imobiliária, de infraestrutura e de óleo e gás, Pessoa foi trancafiado numa cela da carceragem da Polícia Federal. Ele e outros representantes de grandes empreiteiras que se juntaram para saquear a maior estatal brasileira e, com o dinheiro, sustentar uma milionária rede de propinas que abasteceu a campanha de deputados, senadores e governadores — e, mais grave ainda, segundo declaração do doleiro Alberto Youssef à Justiça, tudo isso teria se passado sob o olhar complacente do ex-presidente Lula e de sua sucessora reeleita, Dilma Rousseff.”

Como podemos ver, difícil mesmo é encontrar algum setor da sociedade que esteja imune às propinas, sonegações, desvios, falcatruas, malfeitos e indecências com o dinheiro público. Empreiteiras, bancos, indústrias, emissoras de televisão, botecos e indivíduos se irmanam no esporte nacional de lesar o Estado. Seja forjando licitações, subornando um fiscal da prefeitura ou falsificando uma carteirinha escolar para obter isenções.


Para piorar: perdemos a capacidade de raciocinar com o mínimo de lógica: pedimos cadeia para corruptos, mas pouco nos importavam com os corruptores. Enfim: parece que agora estamos invertendo essa lógica, tanto que alguns peixes gordos foram parar na cadeira, mesmo que seja por poucos dias. De qualquer modo, já é alguma coisa. Antes, nem isso acontecia. Já é, sem dúvida nenhuma, um grande avanço    Como podemos ver, difícil mesmo é encontrar algum setor da sociedade que esteja imune às propinas, sonegações, desvios, falcatruas, malfeitos e indecências com o dinheiro público. Empreiteiras, bancos, indústrias, emissoras de televisão, botecos e indivíduos se irmanam no esporte nacional de lesar o Estado. Seja forjando licitações, subornando um fiscal da prefeitura ou falsificando uma carteirinha escolar para obter isenções. Para piorar, perdemos a capacidade de raciocinar com o mínimo de lógica: pedimos cadeia para corruptos, mas pouco nos importam os corruptores. Precisamos ter em mente que não há corrupto sem corruptor. Como se vê, os políticos e gestores públicos não são os únicos responsáveis pelos desvios de dinheiro público. Claro que muitos são culpados e estes deveriam responder pelos seus crimes. Diante dessa realidade, não restam dúvidas de que o Brasil de fato é o País do Carnaval.

            Precisamos ter em mente que não há corrupto sem corruptor. Como se vê, os políticos e gestores públicos não são os únicos responsáveis pelos desvios de dinheiro público. Claro que muitos são culpados e estes deveriam responder pelos seus crimes. Diante dessa realidade, não restam dúvidas de que o Brasil de fato é o País do Carnaval.



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