"Chefes da quadrilha ostentavam
luxo conquistado com fraudes. Polícia monitorou viagem de suspeito para comprar
equipamentos na China." (Site do Fantástico).
O que vimos no Fantástico de 30 de novembro de 2014 é de envergonhar qualquer cidadão de bem. É uma
lástima. São fraudes em provas de vestibulares e ENEM, são propinas pagas a
policiais para que possam comandar jogos de caça níqueis sem ser perturbado,
vereadores e prefeito surrupiando dinheiro do Município, dentre outros.
Segundo a Wikipédia, “Na cultura
midiática brasileira, a Lei da Vantagem ou Lei de Gerson é um princípio
em que determinada pessoa ou empresa deve obter vantagens de forma
indiscriminada, sem se importar com questões éticas ou morais (princípio
seguido por uma parcela de agências e publicitários, que recebem pagamento por
anúncios ou premiações pelo trabalho realizado, mas não querem se
responsabilizar caso o efeito da divulgação cause transtornos ou danos,
eximindo-se de culpa e a transferindo para o anunciante ou para o público, como
ocorreu nesse caso com a agência responsável, o que não acontece no caso de
premiações, caracterizando como dissimulados praticantes da Lei da Vantagem). A 'Lei de Gérson' acabou sendo usada para exprimir traços bastante
característicos e pouco lisonjeiros do caráter midiático nacional que passa a
ser interpretado como caráter da população, associados à disseminação da
corrupção e ao desrespeito a regras de convívio para a obtenção de vantagens.”
Sobre as fraudes no ENEM e em vestibulares, confiram informações do Fantástico:
“Mais de 6 milhões de candidatos
prestaram o Enem este ano. No meio dessa turma, são tantas histórias de
esforço, de sacrifício, de realização, mas também tem história de pilantragem.
Áureo Moura Ferreira é um dos chefes
da quadrilha que ostentava o luxo conquistado com fraudes em vestibulares de
Medicina e no Enem.
Carros importados, mansões, muito
dinheiro. Um esquema milionário desarticulado nesta semana. Vinte e dois
estudantes foram presos ao sair do vestibular de uma faculdade particular de
medicina, em Belo Horizonte.
Eles tinham uma vantagem sobre os
outros candidatos: podiam ouvir uma voz enquanto faziam a prova. Era o
gabarito. Eles usavam um aparelho no ouvido: um micro ponto eletrônico
fornecido pela quadrilha.
‘Um grupo que se dedicava, com um grau
de sofisticação e desenvolvimento tecnológico, que até então nós não
conhecíamos, a lotear de 20 a 40% das vagas nos vestibulares de medicina nos
quais eles atuavam’, destaca o promotor de Combate ao Crime Organizado, André
Luís Pinho.
No padrão alto luxo, a transmissão dos
gabaritos era feita de dentro de um carro, que ficava estacionado perto do
local das provas. Os vidros são escuros e espessos. O veículo é blindado. O
rádio fica escondido. Com ele, é possível escolher uma frequência exclusiva e bloquear
outros sinais para evitar interferência. A partir de uma denúncia anônima desde
abril, a polícia vinha monitorando os integrantes da quadrilha e conseguiu
registrar fraudes em cinco vestibulares: o de Belo Horizonte e outros quatro,
em São Paulo, tudo em um mês.
Os investigadores filmaram e
fotografaram a ação do grupo. A imagem do vídeo acima registra o carro blindado
sendo estacionado em frente a um hotel na capital paulista. Áureo Ferreira
desce com uma mochila e uma sacola na mão. Pouco depois, chega uma caminhonete
branca. Quem desce do carro é outro chefe da quadrilha, segundo a polícia:
Carlos Roberto Lobo Leite. Áureo entra no hotel com uma caixa na mão, cheia de
eletrônicos, de acordo com as investigações.
Era o dia 18 de outubro passado, véspera
de um vestibular de Medicina em São Paulo. No hotel, estavam os chamados
"pilotos", estudantes universitários contratados para resolver as
questões das provas rapidamente e sair para repassar o gabarito aos candidatos
que pagavam à quadrilha. De acordo com a investigação, Áureo Ferreira e Carlos
Lobo cobravam até R$ 100 mil pelos gabaritos de vestibulares de medicina.
A quadrilha tinha um manual, entregue
aos candidatos que pagavam pela fraude. As respostas das questões eram passadas
em códigos. Sequências de números correspondiam a letras pré-determinadas. Um
gabarito apreendido tinha anotações feitas por um "piloto". O manual
apresenta regras que os candidatos deviam seguir: ‘não mascar nada. O movimento
da boca pode provocar pressão no canal do ouvido, fazendo com que o ponto
eletrônico folgue e fique visível. O que você escuta, anote sempre. Depois
traduza e transcreva para o exame.’
A polícia monitorou uma viagem de
Áureo Ferreira à China, em setembro deste ano, para comprar os equipamentos. Na
casa dele, em Teófilo Otoni, Minas Gerais, e na de Carlos Lobo, no Guarujá, São
Paulo, foram encontradas centenas de pontos eletrônicos e transmissores.
O que chamou a atenção da polícia foi
a tecnologia dos equipamentos. Um transmissor que parece um cartão de crédito,
por exemplo, funciona como um celular. Recebe ligações e transmite o áudio para
um ponto eletrônico, como um fone de ouvido. Com os equipamentos, no último
exame do Enem, a quadrilha pode transmitir por telefone as respostas das
questões para candidatos que podiam estar em qualquer parte do país. Bastava
que houvesse sinal de celular.
Um estudante de Direito e estagiário
no Ministério Público em Montes Claros, norte de Minas, foi preso e confessou o
esquema. Vanil Vasconcelos Júnior disse, em depoimento, que a fraude no Enem
foi na cidade de Pontes e Lacerda, em Mato Grosso.
‘A polícia afirma que realmente houve
fraude no último exame do Enem no Brasil’, diz Jeferson Botelho, delegado geral
da Polícia Civil.
O advogado de Áureo Ferreira e Carlos
Lobo afirma que eles confessam a fraude. Mas minimizou a participação dos dois
no esquema.
‘Assumem que eram líderes, mas não na
proporção em que se quer chegar’, diz o advogado Délio Gandra.”
Ainda bem que segundo a notícia do
Fantástico, “Até agora, doze suspeitos de integrar a quadrilha foram presos.
Com eles foram apreendidos documentos falsificados, listas de vestibulares que
teriam sido fraudados e extratos bancários que comprovariam o pagamento à
quadrilha feito por candidatos. Só numa agenda são mais de 160 nomes de
estudantes que teriam sido aprovados.” Esperamos que a Polícia e Justiça se
debrucem sobre esse caso e punam os verdadeiros culpados. Isso não pode
continuar.
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