Essa é mais uma estratégia da defesa
dos envolvidos na Operação Lava-Jato. Como já vimos noutro momento, a defesa do
lobista Fernando Baiano pediu a suspeição do Juiz Sérgio Moro e arguiu a sua
incompetência. Agora os advogados da Construtora Camargo Corrêa estão
requerendo a anulação da operação. Isso não é surpresa. Todos os envolvidos
irão fazer de tudo para se desvencilhar do inquérito e da punição.
Entendemos, no entanto, que por melhor que seja a defesa dos envolvidos, não
acreditamos que consiga alguma coisa na atual conjuntura. A questão é que esse
escândalo da Petrobras está tendo uma repercussão muito grande. Em assim sendo,
dificilmente algum Desembargador ou Ministro terá a coragem de tomar uma
decisão no momento favorável aos acusados, sabendo que ninguém concordaria com
com isso. Sobre o pedido de anulação da Operação Lava-Jato formulado pela
Camargo Corrêa, confiram a notícia encontrada no site do Jornal O Povo:
“Os advogados da construtora Camargo
Corrêa, em defesa protocolada em ação penal da Operação Lava Jato ontem, pedem
a anulação da investigação que apura desvios de recursos da Petrobras. Os
representantes da empresa dizem que as interceptações telefônicas que deram
origem à investigação, feitas em 2013 pela Polícia Federal, não cumpriram todas
as exigências legais.
O presidente da empreiteira, Dalton
dos Santos Avancini, e o presidente do conselho de administração, João Ricardo
Auler, continuam detidos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
A estratégia é semelhante à usada por
advogados que defenderam réus em ações ligadas à Operação Castelo de Areia,
anulada sob o mesmo argumento.
‘A interceptação telefônica teve por
objetivo identificar condutas criminosas que não estavam sendo investigadas.
Condutas de terceiros que não tinham nome, nem forma. Sequer tinham
localização, já que poderiam estar em qualquer parte do território nacional’,
afirma trecho da defesa. ‘Mais do que isso. A medida foi decretada para
identificar prática quaisquer crimes, punidos com reclusão ou detenção, o que
não pode ocorrer’, conclui.
Os advogados dos empreiteiros, do
escritório do criminalista Celso Vilardi, argumentam que a defesa de Avancini e
Auler está sendo cerceada porque nem todas as provas contra seus clientes estão
nos autos da ação --citam, por exemplo, documentos que estão anexados a
processos que correm em segredo de Justiça.
‘O que falta neste caso é paridade de
armas’, diz trecho do documento.
Os executivos são acusados de
participação no cartel de empreiteiras que formou um esquema de corrupção a
partir de contratos com a Petrobras, por meio de fraudes em licitações e
pagamentos de propina. Eles também são acusados de lavagem de dinheiro. (Folhapress).”
Ao longo dos próximos anos, ainda iremos ouvir falar muito sobre essa Operação
Lava-Jato. Noutros contextos, a estratégia desses advogados já funcionou. Na
atual conjuntura, se funcionar, será uma grande surpresa. Se bem que de tudo já
vimos acontecer aqui no Brasil. De qualquer modo, persistimos na ideia de que
as estratégias desses advogados dificilmente surtirão algum resultado, em razão
do reflexo que isso poderia ter perante a opinião pública. Nesses momentos, a
opinião do povo ainda vale muito. E tomara que o povo não se cale diante de uma
eventual reviravolta nesse processo.
Um comentário:
Acredito amigo,que não será anulado o processo porque acredito as investigações foram corretas e eficazes em suas finalidades,apesar de apenas sabermos o que mídia nos informa e, que nem sempre é confiável.Acreditando ter a Polícia e a Justiça Federal agido dentro da Lei, não vejo razões para anulação de q.q. atos jurídicos.
Postar um comentário