O
descaso com a coisa pública no Brasil é tamanho que nada mais nos surpreende. O
episódio da compra da refinaria de Pasadena, por exemplo, por um preço várias
vezes maior do que o de mercado, e tudo mais que vem sendo revelado pela
Operação Lava-Jato, só demonstram como as coisas funcionam no nosso país. É uma
lástima. Parece que muitos dos nossos gestores pouco se preocupam com o destino
do povo e do país. E pior: quando o povo pensava que com a eleição que levou o
Partido dos Trabalhadores ao poder a corrupção iria acabar, estamos vendo no
que deu. É triste, muito triste o que vem acontecendo. Sobre a indignação dos
ministros do STJ com as revelações da Operação Lava-Jato vejam o que
encontramos no site do Tribunal:
“Mais de
uma dúzia de habeas corpus de presos na operação Lava Jato da Polícia Federal
já chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mesmo para magistrados com
décadas de atuação no direito criminal, o nível de corrupção que está sendo
descoberto na Petrobras, envolvendo políticos, empresários e servidores
públicos, é estarrecedor.
Nesta
quinta-feira (25), no julgamento de um desses habeas corpus, os ministros da
Quinta Turma surpreenderam-se com o fato de que personagens secundários no
esquema estão fazendo acordos para devolver elevadas quantias de dinheiro, que
ultrapassam a casa da centena de milhões de dólares. ‘O que é isso? Em que país
vivemos? Os bandidos perderam a noção das coisas! Como podem se apropriar desse
montante?’, questionou incrédulo o desembargador convocado Walter de Almeida
Guilherme.
Para o
ministro Felix Fischer, a corrupção no Brasil é uma das maiores vergonhas da
humanidade. ‘Acho que nenhum outro país viveu tamanha roubalheira. Pelo valor
das devoluções, algo gravíssimo aconteceu’, ponderou o ex-presidente do STJ.
O presidente do colegiado, ministro Jorge Mussi, também manifestou sua indignação reproduzindo frase do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Ao comparar a operação Lava Jato ao escândalo que ficou conhecido como mensalão, Mendes afirmou que, ‘levando-se em consideração o volume de recursos envolvidos na operação Lava Jato, o mensalão deveria ter sido julgado no juizado de pequenas causas’.
O ministro Luiz Alberto Gurgel de Faria aderiu às observações dos colegas.
O presidente do colegiado, ministro Jorge Mussi, também manifestou sua indignação reproduzindo frase do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Ao comparar a operação Lava Jato ao escândalo que ficou conhecido como mensalão, Mendes afirmou que, ‘levando-se em consideração o volume de recursos envolvidos na operação Lava Jato, o mensalão deveria ter sido julgado no juizado de pequenas causas’.
O ministro Luiz Alberto Gurgel de Faria aderiu às observações dos colegas.
Coragem
Relator
de vários habeas corpus relativos à Lava Jato, o desembargador Newton Trisotto
afirmou que há muitos anos o Brasil convive com o flagelo da corrupção, porém
jamais em níveis tão alarmantes.
‘Poucos
momentos na história brasileira exigiram tanta coragem do juiz como esse que
vivemos nos últimos anos. Coragem para punir os políticos e os economicamente
fortes, coragem para absolvê-los quando não houver nos autos elementos para
sustentar um decreto condenatório’, disse o relator, citando Rui Barbosa: ‘Não
há salvação para juiz covarde.’
Justiça
Segundo
Trisotto, a absolvição de qualquer acusado, ainda que ofenda a sociedade e
provoque clamor público, é a solução que se imporá se não houver elementos
necessários à sua condenação. O combate à corrupção e o justo anseio da
sociedade em punir os corruptos não justificam a violação dos princípios
constitucionais.
Trisotto
afirmou que a sociedade reclama dos políticos, da polícia, do Ministério
Público e do Judiciário ações eficazes para coibir a corrupção e punir
exemplarmente os administradores ímprobos e todos que estiverem a eles
associados.
‘É
fundamental, no entanto, que todos tenham consciência de que essa punição só
pode ser concretizada com rigorosa observância do devido processo legal,
princípio que assegura a todos os acusados o direito ao contraditório e à ampla
defesa. É um princípio absoluto, que não pode ser relativizado’, alertou.”
Depois de tudo que estamos vendo, é inimaginável alguém insistir na falsa ideia de
que corrupção é uma coisa normal, ou querer incutir na cabeça dos desavisados
que o mensalão não existiu. Corrupção é crime, e como tal deve ser tratada. E
nós brasileiros precisamos entender que o combate à corrupção é essencial para
que tenhamos um país decente para os nossos filhos e netos. Em assim sendo, não
podemos ser tolerantes com nenhum corrupto nem com nenhuma modalidade de
corrupção.
Aqui no
Brasil, infelizmente, corrupção está se tornando coisa corriqueira. São tantos
e tão absurdos os escândalos de desvio de dinheiro público que o povo já nem se
surpreende mais. Agora mesmo, com essa história da Petrobras, todos ficam a se
perguntar como pode uma empresa de tamanho porte ter tantas fragilidades nos
sistemas de controle que permitem que desfalques dessa monta aconteçam. A Justiça precisa
ser implacável no julgamento desses pilantras. Isso é o mínimo que se espera do
Judiciário.
Um comentário:
Eu ate hoje nao consegui entender como Dilma e Lula nao ouviram os alertas do TCU.Pior ouvir o Ministro da Justica o Cardozo dizer que corrupcao eh cultura do brasileiro.Ministro nao nos julgue pelos seus atos.
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