"É verdade, meu senhor
Essa estória do sertão
Padre Vieira falou
Que o jumento é nosso irmão
A vida desse animal
Padre Vieira escreveu
Mas na pia batismal
Ninguém sabe o nome seu
Bagre, Bó, Rodó ou Jegue
Baba, Ureche ou Oropeu
Andaluz ou Marca-hora
Breguedé ou Azulão
Alicate de Embau
Inspetor de Quarteirão
Tudo isso, minha gente
É o jumento, nosso irmão
Até pr'anunciar a hora
Seu relincho tem valor
Sertanejo fica alerta
O dandão nuca falhou
Levanta com hora e vamo
O jumento já rinchou
Bom, bom, bom."
(O Jumento É Nosso Irmão - Luiz
Gonzaga).
O Jumento é um dos poucos animais
que se adaptou à dureza do clima do semiárido nordestino, sem maiores
dificuldades. Segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre, “Equus africanus
asinus é uma subespécie de mamíferos
perissodáctilos cujo nome popular é asno ou burro,
jumento, jegue, jerico ou ainda asno-doméstico. De
tamanho médio, focinho
e orelhas
compridas, é utilizado desde a Pré-história
como animal de carga. Os ancestrais selvagens dos asnos foram domesticados por
volta de 5 000 a.C., praticamente ao mesmo tempo que os cavalos, e desde
então tem sido utilizados pelos homens como animais de carga e montaria.”
Esse animalzinho pouco valorizado nos
dias de hoje, segundo o novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 4ª ed.,
Editora Positivo, p. 1162, significa ainda “indivíduo muito bruto, muito
grosseiro; cavalo.” E também “indivíduo de grande potência sexual.”
O mestre Luiz Gonzaga, que conhecia
o Nordeste como poucos, fazendo uma bela apologia, escreveu uma música cujo
título é “O Jumento É Nosso Irmão”. Esse animal, que tantos serviços já prestou ao
sertanejo, hoje vive o seu drama. E escrevemos essa pequena matéria em razão de
que o jumento será abordado amanhã, 04 de maio de 2014, como reportagem especial no Globo Rural, nos seguintes
termos:
“O Globo Rural deste domingo (4) traz
uma reportagem especial que mostra a triste realidade do nordeste brasileiro:
jumentos, antigamente usados para transporte ou para tração animal pelos
sertanejos que não possuem cavalo ou boi, estão sendo abandonados por seus
donos e causando problemas, principalmente acidentes em rodovias.
Na região de Apodi (RN), cerca de 600
animais que vagavam pelos campos e estradas foram reunidos por um promotor que
tenta solucionar o caso. Os animais foram abrigados num espaço cedido por um
fazendeiro até seus donos serem encontrados. O problema é que quase ninguém
procura pelos jumentos.
Uma alternativa para amenizar a
situação é utilizar os animais no sistema automatizado de colheita dos bananais,
para transporte da fruta. Uma propriedade da região de Russas (CE), divisa com
o Rio Grande do Norte, está adotando a medida.
Outra solução seria abater os jumentos
e utilizar a carne para consumo. Duas degustações já foram feitas, uma delas
acompanhada pela equipe do Globo Rural. No entanto, a medida despertou
manifestações contrárias, principalmente de organizações não governamentais que
defendem a proteção dos animais.”
Segundo ainda a Wikipédia, “O nome ‘burro’
veio do latim burrus,
que quer dizer vermelho.
Acredita-se que foi daí que surgiu a crença de que burros são pouco
inteligentes, pois, antigamente, os dicionários tinham capas vermelhas, dando a
ideia de que os burros eram sedentos de saber. Outra história diz que numa moeda antiga tinha a imagem de um rei com uma
cabeça enorme que não era esperto, que se associou com a cabeça resistente do
burro. Porém, também pode ter surgido da lenda
grega do rei Midas,
que foi tolo ao ponto de contradizer a irrevogável palavra do deus Apolo, que foi
castigado pelo deus, recebendo orelhas de burro. A origem do termo ‘jegue’ é
controversa, mas segundo algumas fontes tem origem no termo inglês
jackass. Jackass foi formado de duas palavras: (1) jack,
aqui servindo apenas para indicar o sexo masculino do animal (Jack é
apelido ou diminutivo de John e serve para designar um homem qualquer);
(2) ass, burro.“
Um comentário:
Estou criando jumentas em minas Gerais
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