Já afirmamos em outra ocasião que a
corrupção no Brasil é cultural. E tudo leva a crer que é sim. Não contamos às
vezes que ouvimos dizer que servidores com menor remuneração são mais
facilmente envolvidos em esquema de corrupção. Permitam-nos discordar. Isso não
faz nenhum sentido. Pelo contrário. Os servidores públicos que ocupam postos de
maior relevância são os que mais desviam dinheiro do Estado. E isso é fácil de
explicar: são os que estão em postos de comandos. A respeito do envolvimento de
traficantes com Auditores da Secretaria da Fazenda o Estado do Ceará, confiram
a notícia encontrada no site do Jornal Dário do Nordeste:
“A Polícia Federal (PF) deflagrou, na
manhã desta sexta-feira (19), a ‘Operação
Publicanos’ com o objetivo de investigar uma possível
associação criminosa entre traficantes e auditores da Secretaria da Fazenda (Sefaz-CE). Estão sendo
cumpridos, ao todo, 8 mandados
de busca e apreensão em Fortaleza, no município de Aracati e em
Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte.
Além dos mandados, foi dado
cumprimento à determinação judicial de afastamento
do exercício das funções do auditor administrador do posto
fiscal e de um servidor terceirizado.
De acordo com o delegado Wellington
Santiago, titular da Delegacia Regional do Combate ao Crime Organizado,
que investiga o caso, na residência dos suspeitos, a PF apreendeu pendrives, cd´s e
computadores. O material eletrônico será investigado. Os
envolvidos podem responder pelos crimes de associação ao tráfico, corrupção
passiva e lavagem de dinheiro.’
Hoje não temos a menor dúvida de que
a corrupção é a pior praga que existe no Brasil. É através dela que se instalou
o caos no serviço público. E como podemos ver agora, ainda favorece o tráfico de
droga, uma mazela que aflige o sossego de milhões de famílias, sem falar nos
incontáveis crimes que causa em torno dela. Informou ainda o Jornal:
“Conforme o delegado, o auditor
e o servidor da Sefaz, suspeitos de estarem envolvidos no esquema, foram
ouvidos na manhã desta sexta-feira e liberados. Os nomes dos suspeitos não
poderão ser revelados, pois o caso corre em segredo de Justiça.
Segundo a PF, as investigações
iniciaram, no mês de setembro deste ano, após a apreensão
de 2,5 toneladas de maconha em um esquema de tráfico internacional de drogas.
A carga teria sido detectada por auditores
fiscais e liberada após pagamento de R$60 mil.
Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara da Comarca de Aracati e
os nomes dos suspeitos não foram divulgados, pois as investigações seguem em
segredo de Justiça. A redação do Diário do Nordeste tentou o contato com a
direção da Sefaz e com a PF, mas as ligações ainda não foram atendidas.”
E aqui não há justificativa de que o
servidor se vendeu porque é mal remunerado. Não é esse o caso. Esses sujeitos são
muito bem remunerados. E se agem assim, liberando cargas de traficantes de
drogas, imagem o que não fazem com outras cargas de mercadoria. Ou seja, o
Estado paga um servidor para trabalhar contra os interesses da sociedade. Isso
é uma misera sem precedentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário