A Revista Veja, que circula a partir de hoje, traz revelações estarrecedores sobre o mega esquema de corrupção na Petrobras. Quando o assunto diz respeito a desvio de dinheiro público, nada nos surpreende. No caso da Petrobras, no entanto, por se tratar de uma grande empresa de economia mista, era de se esperar que tivesse melhores controles para evitar que bandidos roubassem, por tanto tempo, sem ser incomodados. Confiram notícia encontrada no site da Revista:
“Depois de tantas revelações sobre
engenharias corruptas complexas de sobrepreços, aditivos, aceleração de obras e
manobras cambiais engenhosas, a Operação Lava-Jato produziu agora uma história
simples e de fácil entendimento. Ela se refere ao que ocorre na etapa final do
esquema de corrupção, quando dinheiro vivo é entregue em domicílio aos
participantes. Durante quase uma década, Rafael Ângulo Lopez, esse senhor de
cabelos grisalhos e aparência frágil da fotografia acima,
executou esse trabalho. Ele era o distribuidor da propina que a quadrilha
desviou dos cofres da Petrobras. Era o responsável pelo atendimento das
demandas financeiras de clientes especiais, como deputados, senadores,
governadores e ministros. Braço-direito do doleiro Alberto Youssef, o caixa da
organização, Rafael era ‘o homem das boas notícias’. Ele passou os últimos anos
cruzando o país de Norte a Sul em voos comerciais com fortunas em cédulas
amarradas ao próprio corpo sem nunca ter sido apanhado. Em cada cidade, um ou
mais destinatários desse Papai Noel da corrupção o aguardavam ansiosamente.”
O mais
triste e revoltante é sabermos que o nosso suado dinheirinho que é descontado
do nosso contracheque mensalmente para o Imposto de Renda – muitas vezes em detrimento da
qualidade de vida da família -, que deveria ser bem aplicado em prol da saúde
de milhões de brasileiros carentes e de crianças e adolescentes que dependem do
ensino da Rede da Público, acaba indo parar nos bolsos de canalhas, que em vez
de estarem em Brasília como representante do povo, deveriam ocupar espaços numa
Penitenciária como a de Pedrinhas no Maranhão, onde talvez encontrassem um colega
de cela para levá-los ao inferno, o lugar mais indicado para parasitas da
sociedade como muitos dos que vivem esnobando com o dinheiro alheio. Segundo ainda
a Revista Veja:
“Os voos da alegria sempre começavam
em São Paulo, onde funcionava o escritório central do grupo. As entregas de
dinheiro em domicílio eram feitas em endereços elegantes de figurões de
Brasília, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Maceió, São Luís. Eventualmente ele
levava remessas para destinatários no Peru, na Bolívia e no Panamá. Discreto,
falando só o estritamente necessário ao telefone, não deixou pistas de suas
atividades em mensagens ou diálogos eletrônicos. Isso o manteve distante dos
olhos e ouvidos da Polícia Federal nas primeiras etapas da operação Lava-Jato.
Graças à dupla cidadania — espanhola e brasileira —, Rafael usava o passaporte
europeu e ar naturalmente formal para transitar pelos aeroportos sem despertar
suspeitas. Ele cumpria suas missões mais delicadas com praticamente todo o
corpo coberto por camadas de notas fixadas com fita adesiva e filme plástico,
daqueles usados para embalar alimentos. A muamba, segundo ele disse à polícia, era
mais fácil e confortável de ser acomodada nas pernas. Quando os volumes eram
muito altos, Rafael contava com a ajuda de dois ou três comparsas.”
Como todos sabemos, e até já escrevemos
um artigo a esse respeito, a corrupção não é novidade no Brasil e muito menos é
invenção do PT. O que nos assusta é que um partido, que dizia ser a redenção do
país, e que tinha como bandeira a defesa da ética e da moralidade, esteja agora metido em tamanhos escândalos de desvio de dinheiro público. E o pior:
ainda tentou desqualificar a denúncia do Ministério Público e o julgamento do
mensalão, querendo passar a falsa ideia de que os seus filiados não fizeram
nada de errado. Não dá para ninguém honesto e comprometido com o futuro deste
país aceitar calado esse tipo de coisas. Hoje temos convicção de que o mal dos
nossos gestores públicos reside na corrupção, na incompetência, no desrespeito
aos cidadãos e na impunidade. Falando ainda do entregador de dinheiro em domicílio,
revelou a Veja:
“A rotina do trabalho permitiu que o
entregador soubesse mais do que o recomendável sobre a vida paralela e criminosa
de seus clientes famosos, o que pode ser prenúncio de um grande pesadelo. É que
Rafael tinha uma outra característica que poucos sabiam: a organização. Ele
anotava e guardava comprovantes de todas as suas operações clandestinas. É
considerado, por isso, uma testemunha capaz de ajudar a fisgar em definitivo
alguns figurões envolvidos no escândalo da Petrobras. VEJA
apurou que o entregador já se ofereceu para fazer um acordo de delação
premiada, a exemplo do seu ex-patrão.”
Tomara que esse cretino
que levava dinheiro para entregar a esses políticos corruptos releve tudo.
Precisamos pelo saber o que de fato aconteceu, muito embora possamos ter uma
decepção maior quando soubermos que não terão a punição merecida por conta de
uma Justiça que nem sempre corresponde às nossas expectativas.
O certo é que, com esses ingredientes estão
derretendo o patrimônio do povo brasileiro e pondo em xeque o serviço público.
Aliás, o serviço público no Brasil há tempo que se encontra na UTI. É uma
vergonha o atendimento que é oferecido em certos hospitais públicos. As escolas
públicas, como foi mostrado recentemente no Fantástico, é outra grande
vergonha. E a Segurança Pública, sobre esta não precisamos nem falar. Os
exemplos que estão sendo mostrados diariamente pelos meios de comunicação, por
si só já dizem tudo. É uma lástima. E, infelizmente, o povo ainda não acordou.
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