A
situação da economia brasileira é preocupante. Uma das questões que mais nos intriga
é que o nível de desemprego no país não é alto e a renda do brasileiro não
apresenta pioras acentuadas que justifiquem esse recuo da atividade industrial.
Segundo o IBGE, “Na comparação com
igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 3,6% em outubro
de 2014, com perfil disseminado de resultados negativos, já que as quatro
grandes categorias econômicas e a maior parte (23) dos 26 ramos apontaram redução
na produção. Entre as atividades, a de veículos
automotores, reboques e carrocerias, que recuou 16,5%, exerceu a
maior influência negativa na formação da média da indústria. Outras
contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de produtos de metal
(-13,9%), metalurgia
(-8,3%), máquinas e
equipamentos (-8,0%), outros
produtos químicos (-5,7%), máquinas,
aparelhos e materiais elétricos (-6,5%) e produtos de minerais não-metálicos
(-4,6%). Por outro lado, entre as três atividades que aumentaram a produção, os
principais impactos foram observados em indústrias
extrativas (6,4%) e coque,
produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%).”
Ainda no confronto com igual mês do
ano anterior, bens de capital (-11,4%) e bens de consumo duráveis (-9,4%)
assinalaram as quedas mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas.
Os segmentos de bens intermediários (-2,8%) e de bens de consumo semi e
não-duráveis (-0,1%) também apontaram resultados negativos nesse mês, mas com
intensidade menor do que a média nacional (-3,6%).
O Estado do Ceará, por exemplo, segundo notícia encontrada no site do Jornal Diário
do Nordeste, teve um recuo na produção industrial de 4,9% de setembro
para outubro deste ano, sendo o estado brasileiro que apresentou a maior queda
na produção industrial nesse período, entre os locais pesquisados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado também acabou
acumulando retração de 2%, na produção deste ano, e de 0,8%, nos últimos 12
meses. Confiram a notícia divulgada pelo IBGE:
“Em outubro de 2014, a produção
industrial nacional mostrou variação nula (0,0%) frente ao mês imediatamente
anterior, na série livre de influências sazonais, após assinalar variação
negativa de 0,2% em setembro. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com
igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou redução de 3,6%, oitava
taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Assim, o setor industrial
acumulou queda de 3,0% nos dez meses do ano. A taxa anualizada, indicador
acumulado nos últimos 12 meses, recuou 2,6%, mantendo a trajetória descendente
iniciada em março último (2,0%) e assinalando o resultado negativo mais intenso
desde setembro de 2012 (-2,9%).”
Segundo ainda o IBGE, “A atividade
industrial nacional (0,0%) repetiu, em outubro de 2014, o patamar registrado no
mês imediatamente anterior, mas mostrou predomínio de atividades com queda na
produção, já que 16 dos 24 ramos pesquisados apontaram recuo. As principais
influências negativas foram assinaladas por produtos
farmacêuticos e farmoquímicos (-9,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias
(-2,2%). Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria
vieram das atividades de produtos
de minerais não-metálicos (-2,1%), produtos de borracha e material plástico
(-1,7%), couro, artigos de
viagem e calçados (-3,2%), produtos
do fumo (-6,2%) e bebidas
(-1,3%). Por outro lado, entre os seis ramos que ampliaram a produção nesse
mês, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por produtos alimentícios
(2,5%). Vale citar também os impactos positivos vindos dos setores de equipamentos de informática, produtos
eletrônicos e ópticos (4,7%), coque,
produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,9%) e outros equipamentos de transporte
(5,0%).”
A
situação da economia brasileira e das exportações hoje não são piores graças a grande produção do agronegócio e as respectivas exportações desse segmento, que nos últimos anos tem gerado um grande superávit na balança
comercial.
A
exportação do agronegócio em 2013 ultrapassou pela primeira vez a cifra de US$ 100 bilhões.
Sem essa arrecadação, o déficit de 2013 seria de cerca de US$ 80 bilhões. A
constatação seguinte é a de que o país assume perfil de exportador de alimentos,
com forte participação dos produtos primários – que têm menos valor agregado.
Nessa linha de avaliação, conclui-se que existe algo errado, com outros setores
(como a indústria de máquinas, por exemplo) que deveriam ser protagonistas nas
exportações para garantir mais desenvolvimento econômico ao país.
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