As manifestações populares que
ocorreram em junho de 2013 nas ruas de várias cidades brasileiras poderiam ser
um bom recado para os nossos políticos, caso estes estivessem sintonizados com
a vontade do povo. Em junho, uma mobilização nacional marcou um dos maiores
protestos que o País presenciou em busca dos direitos, tendo, inicialmente como
foco de reivindicação a redução das tarifas do transporte coletivo. No entanto,
as manifestações ganharam espaço, e um número expressivo de cidadãos aderirem a
proposta e também à defesa de novas reivindicações.
Em virtude da grande repercussão que
as manifestações alcançaram nas ruas e nos meios de comunicação de massa, é que
a população brasileira acredita que pode ser uma iniciativa para modificar o
sistema político em busca da democracia e da valorização dos direitos sociais e
humanos de cada cidadão. Apesar de tudo - mesmo após todas aquelas
manifestações -, diversos escândalos já foram registrados, dando a sensação de
que a voz do povo é o que menos interessa aos nossos políticos. Agora mesmo,
após o escândalo do mensalão, estamos vendo mais uma operação da Polícia
Federal: a Operação Lava-Jao: Vejamos a notícia encontrada no site: http://atarde.uol.com.br/politica/noticias:
“O juiz federal Sérgio Moro, que
conduz as ações da Operação Lava Jato, considera que existem indícios de que os
crimes de corrupção e propinas ‘transcenderam a Petrobras". Ele demonstra
perplexidade com a planilha de dados sobre cerca de 750 obras públicas,
"nos mais diversos setores de infraestrutura, que foi apreendida com
Alberto Youssef’.
Doleiro e alvo central da Lava Jato,
Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa
fizeram delação premiada e relataram a ação do cartel das empreiteiras na
estatal petrolífera. A planilha que incomoda o juiz da Lava Jato foi apreendida
no dia 15 de março, quando a operação saiu à caça dos investigados.
Na terça-feira, em Brasília, durante
sessão da CPI mista da Petrobras, Costa afirmou que o esquema de propinas é
generalizado no País. Funciona, segundo o delator, ‘nas rodovias, portos,
ferrovias e aeroportos’.
Despacho
Moro fez as considerações sobre
corrupção ao rejeitar pedido de extensão da ordem do ministro Teori Zavascki,
do Supremo Tribunal Federal, que mandou soltar o ex-diretor de Serviços da
estatal Renato Duque, indicado ao cargo pelo PT.
Duque foi solto na quarta-feira e
imediatamente dois executivos - Erton Fonseca, da Galvão Engenharia, e Gerson
de Mello Almada, da Engevix Engenharia, alvos da Lava Jato por suspeita de
envolvimento com o cartel das empreiteiras -, pediram extensão da medida. O
juiz federal rejeitou os pedidos.
Moro destacou que há provas ‘de
esquema criminoso duradouro e sistemático para frustrar licitações da
Petrobras, impor preços em contratos públicos sem concorrência real, lavar
recursos obtidos nos crimes e, com eles, efetuar remunerações a agentes
públicos, inclusive a diretores e gerentes da Petrobras’.
Planilha
Ao fazer menção à planilha sobre 750
obras públicas na mira do doleiro Youssef, o magistrado mostrou que existe a
possibilidade de a organização ter estendido seus interesses para além da
Petrobras.
Para os investigadores, a planilha
apreendida com Youssef indica que ele ampliou seu raio de ação para outros
órgãos públicos que detêm orçamentos bilionários. Eles suspeitam que o doleiro
enriqueceu com as comissões que recebeu intermediando negócios em várias
estatais. Assim como na Petrobras, em outras estatais ele pode ter criado
esquema semelhante ao investigado na Lava Jato, na avaliação da PF, inclusive
com repasse de propinas e abastecimento de caixa 2 de partidos.
‘Na tabela, relacionada obra pública,
a entidade pública contratante, a proposta, o valor e o cliente do referido
operador, sendo este sempre uma empreiteira, ali também indicado o nome da
pessoa de contato na empreiteira’, observa o juiz. "Embora a investigação
deva ser aprofundada quanto a este fato, é perturbadora a apreensão desta
tabela nas mãos de Alberto Youssef, sugerindo que o esquema criminoso de fraude
à licitação, sobrepreço e propina vai muito além da Petrobras", diz Sérgio
Moro.
Para o juiz, ‘os crimes, quer
praticados através de cartel de empresas, quer produto de iniciativa individual
de cada empresa, revelam quadro extremamente grave em concreto’. Moro observa
que ‘não se pode excluir a possibilidade do mesmo modus operandi ter sido ou
estar sendo adotado em outros contratos com outras empresas ou entidades
públicas’. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Em razão disso, a sensação que temos é
que estamos no fundo do poço, sem ninguém por perto para nos salvar. Depois do
episódio do “Mensalão”, e agora da Operação Lava-Jato, não há mais como não
externarmos a decepção do povo brasileiro com os nossos parlamentares,
notadamente com as tramoias entre estes e o Executivo, como ocorreu no caso dessa
duas operações. Não é possível um país decente aceitar um Congresso que salva
da cassação um parlamentar condenado a mais de 13 (treze) anos de prisão pela
Supremo Tribunal Federal, ou simplesmente faz acordo com o Executivo para votar
o que este quiser, ou simplesmente acoberta mal feitos de políticos e
empresários, como nos registros do “Mensalão” e agora da Operação Lava-Jato, e
ainda de algumas CPIs que contrariavam interesses do Governo.
Confessamos que não temos palavras
para manifestar a nossa revolta, que esperamos seja compartilhada com a maioria
dos brasileiros decentes e honestos. Chega de tanto abuso. De fato tinha razão
o grande estadista francês, Charles de Gaulle, quando afirmou certa vez que
"O Brasil não é um país sério." E agora se confirma também a célebre
frase do grande mestre Rui Barbosa, quando com a inteligência que lhe era
peculiar, prognosticou que um dia "De tanto ver prosperar a desonra, de
tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos
dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter
vergonha de ser honesto."
Hoje já nos sentimos envergonhados de
muitas coisas que estão acontecendo diariamente no nosso país, porém,
felizmente, ainda não temos vergonha de ser honestos. Apesar da nossa extrema
decepção com os Congressistas que estão aí, com algumas exceções, é claro - com
certas decisões da Justiça, que não convencem a ninguém, reiteramos aqui a
nossa vontade de lutar com toda a nossa força de vontade, com toda a
inteligência e com toda a garra por um país melhor, mais justo e mais humano.
E é imbuído desse propósito que
conclamamos a todos aqueles que estejam igualmente decepcionados e com idêntico
propósito - seja Político, seja Magistrado, seja Membro do Ministério Públicos,
seja Servidor Público, seja que quer que for -, para que juntos lutemos em prol
do nosso país. Aqueles amigos que estão de acordo com as nossas colocações, por
favor compartilhem-nas ou copiem essa mensagem e colem no seu status, para que
essa ideia não pereça facilmente. Sem luta, não há vitória. Pensem nisso.
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