domingo, 15 de novembro de 2020

ECONOMIA BRASILEIRA: um trem fora dos trilhos

 

                                                                

            A credibilidade de um país é fundamental para que as pessoas e as empresas nele confiem e invistam as suas economias. Se o país não tem credibilidade, dificilmente as empresas estrangeiras se dispõem a pôr o seu dinheiro em investimentos de longo prazo, indispensáveis para a geração de emprego e de riqueza.

             Há vários anos que a economia brasileira está em crise e não mais conseguiu entrar num rumo sustentável de crescimento. E isso, não tenho dúvidas, tem muito a ver com a falta de credibilidade. É fato que muitos dizem que o Brasil é um país democrático no qual as instituições funcionam adequadamente. Ocorre que muitos investidores não têm essa mesma percepção, o que influi negativamente na hora de o investidor decidir pelo destino do seu dinheiro. A respeito do risco Brasil, eis a seguir o que diz matéria encontrada no Site: https://empreenderdinheiro.com.br/blog/risco-brasil/:

(...)

Agora que você entende melhor o conceito do Risco-País, como ele é calculado e interpretado, é importante olhar para a situação brasileira.

Apesar de ser uma das maiores economias do mundo, o Brasil ainda apresenta certa desconfiança para o investidor estrangeiro.

Por isso, é muito importante entender quais as questões que mais preocupam o investidor internacional em relação ao Brasil.

·                    Déficit fiscal;

·                    Relação entre PIB e dívida;

·                    Taxa de crescimento econômico;

·                    Conjuntura política.

(...).    

Um indicativo relevante para efeito de avaliação diz respeito à relação entre o PIB e a dívida do país. Nesse ponto compara-se o PIB e a dívida de um país com o patrimônio e o endividamento de uma empresa. E se nenhum banco se dispõe a emprestar para uma empresa que tem uma dívida igual ou superior ao seu patrimônio líquido, por coerência entende-se que nenhum investidor estrangeiro quer investir num país altamente endividado, como é hoje o caso do Brasil, salvo se houver a percepção de que há vontade política e conjuntura favorável a realização de mudanças para reverter a situação. Eis aí a relevância de um funcionamento adequado das instituições.

Sobre essa questão diz trecho de artigo publicado no Site:  https://empreenderdinheiro.com.br/blog/risco-brasil/:

(...)

Novamente, voltando a comparar com o investimento em empresas.

Você investiria em uma empresa que apresenta uma dívida tão grande quanto ou maior do que o seu patrimônio líquido?

Certamente não, não é? Essa é a mesma lógica que os investidores estrangeiros usam para analisar o risco associado aos investimentos no Brasil.

Isso pode demonstrar que o país não tem capacidade financeira de pagar as dívidas e, consequentemente, tem parte do seu orçamento público comprometido com os juros das dívidas.

Quanto menor for essa relação, maior será a percepção de segurança do investidor estrangeiro em relação ao país emergente.

(...)

Embora essa questão seja preponderante para a análise de risco de um país, há exceções, como é o caso, por exemplo, dos EUA, que mesmo tendo uma dívida alta quando comparada com o PIB, mas como possuem a economia mais forte do mundo, não existe desconfiança relacionada à capacidade de pagamento americana.

Como o investidor estrangeiro, na hora de investir, busca, além da segurança, justamente a possibilidade de obter bons retornos para o seu capital, claro que o crescimento econômico de forma sustentável é também  preponderante, o que há bastante tempo não acontece no Brasil.   

Por outro lado, a taxa de endividamento e de crescimento por si só não são os únicos fatores observados pelos investidores estrangeiros na hora de se decidir por um investimento num determinado país. A conjuntura política também é de extrema relevância, por isso que a instabilidade política no Brasil, onde se teve em 1992 e em 2016 o impeachment dos seus Presidentes, sempre causa desconfiança dos investidores.

E não é só isso: os constantes escândalos de corrupção, com a prisão inclusive de um ex-Presidente, as freqüentes mudanças de entendimento do Supremo Tribunal Federal, como naquele caso da prisão após a condenação em segunda instância, os constantes atritos entre o Executivo e o Legislativo e a ausência de encaminhamentos pelo Executivo de projetos de reformas importantes, visando reduzir o débito público, melhor as condições fiscais e agilizar as privatizações, todos esses fatores assustam e pioram a percepção do investidor em relação ao Brasil.   

Essa matéria também foi abordada no Site: https://empreenderdinheiro.com.br/blog/risco-brasil/. Confira:

(...)

Como vimos, o Risco Brasil diz sobre a segurança do mercado e dos ativos financeiros mantidos no país.

Portanto, existem algumas importantes implicações sobre isso.

Primeiramente, caso você já invista na Bolsa de Valores brasileira, em um caso de redução do Risco Brasil, mais investidores aplicariam seus recursos no Brasil.

O aumento da demanda por ativos financeiros brasileiros causaria uma valorização no curto prazo.

(...).

Como já afirmado anteriormente, a confiança do investidor na economia de um determinado país é de uma relevância especial para a sua estabilidade. A credibilidade de um país é fundamental para atrair investimentos, gerar empregos e riqueza, evitando-se, assim, um colapso econômico como vem ocorrendo atualmente no Brasil, quando se registra uma taxa de desemprego de mais de 13% (treze por cento) e uma desigualdade social entre as mais elevadas do mundo – mais de treze milhões de brasileiros vivem hoje abaixo da linha da pobreza, ou seja, com uma renda mensal de menos de R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais).  

O Brasil tem, inquestionavelmente, um grande potencial de desenvolvimento econômico, considerando que além de ter um agronegócio dos mais promissores do planeta, possui grande reserva de petróleo e um potencial energético considerável, como o hidráulico, o eólico, o solar e ainda o proveniente da cana-de-açúcar – o etanol. 

            Pesa ainda contra o Brasil o fato de investir muito mal na Educação, ter uma gestão pública altamente deficiente, além de ter um ordenamento jurídico e um Sistema de Justiça que contribuem para um quadro crônico de impunidade de corruptos e de morosidade no desfecho de qualquer demanda judicial.   

            A deficiência na Educação Pública do Brasil afeta consideravelmente a oferta de mão de obra qualificada para o mercado de trabalho, além de ter um significado grande no que diz à produtividade da economia.

            No que diz respeito à morosidade da Justiça, há que se registrar que se trata de mais um desestímulo para os investidores estrangeiros, considerando que ninguém confiança para investir, sabendo de antemão que caso venha a depender da Justiça poderá aguardar anos por um desfecho definitivo da demanda. A esse respeito, eis a seguir trecho de matéria encontrada no Site: https://www.conjur.com.br/2005-dez-02/estudo_mostra_impacto_acao_judiciario_economia:

(...)

Essa dificuldade de receber o crédito na Justiça afeta diretamente a economia brasileira, afasta investidores e eleva a taxa de juros, já que os bancos representam cerca de 40% dos credores judiciais. “Como falta a segurança de que o crédito vai ser reavido, o credor embute o risco nos juros”, explica Pierpaolo Bottini, o titular da Secretaria da Reforma do Judiciário, que lamenta a “falta de segurança judiciária no Brasil.”

(...)

            Como até hoje, embora algumas ações já tenham contribuído para melhorar o desempenho da Justiça, como a automação do Sistema e a criação dos Juizados Especiais de Fazenda Pública, muito ainda precisa ser feito para que o investidor estrangeiro confie plenamente na Justiça brasileira.

                 Como conclusão é possível assegurar-se que são fundamentais para que se melhore o desempenho do país e atraía mais investimentos externos, um ajuste severo das contas públicas, tenha-se um modelo sustentável de crescimento econômico, melhore-se substancialmente a Educação Pública e faça-se uma reforma na legislação que permita um destrave da Justiça de modo a agilizar o desfecho das demandas propostas e a punição dos responsáveis por qualquer tipo de crime, notadamente dos chamados crimes de colarinho branco.  

 

 

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