quinta-feira, 12 de novembro de 2020

VANTAGENS E DESVANTAGENS DA INDUSTRIALIZAÇÃO E DA MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA

 

            É muito comum aqui no Brasil as pessoas darem palpitas sobre política e sobre economia, quase sempre sem conhecimento e embasamento dos fatos e sem uma análise prévia da situação de hoje em relação aos acontecimentos pretéritos.

            Por sua vez, por mais que a pessoa seja leiga em conhecimento de economia, no entanto, sabe que o Brasil tem um grande potencial econômico, mas mal explorado e pessimamente administrado pelos gestores públicos, e quando explorado, quase sempre em proveito de poucos, o que dá causa a essa brutal desigualdade social com as suas inquestionáveis mazelas.

            Para que se tenha uma ideia, segundo as últimas pesquisas do IBGE, o Brasil é hoje o nono país com a maior desigualdade social do mundo com um contingente de mais de treze milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, ou seja, com uma renda mensal de menos de R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais). 

               Aqui no Brasil alguns fatos, até certo pouco importantes e contraditórios registrados entre as décadas de 1950 e 1970, foram determinantes para a realidade atual.

            Como todos sabem, até a década de 1950 cerca de 80% (oitenta por cento) da população brasileira morava na zona rural, uma realidade completamente diferente da de hoje, quando cerca de 80% (oitenta por cento) da população vive nos centros urbanos e somente cerca de 20% (vinte por cento) permanece no campo.

O fenômeno do êxodo rural ocorrido, principalmente entre as décadas de 1960 e 1970, no meu entender, é o principal responsável pelos bolsões de miséria e pela violência de hoje nas grandes cidades, e porque não dizer por essa insustentável situação de desigualdade social.  

            Essas questões são explicadas pelo surgimento da indústria, principalmente a partir do Governo do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira que se iniciou em 1956 e terminou em 1961, além da modernização da agricultura, que foi impulsionada mais precisamente com o começo do Regime Militar de 1964.                  

            O nascimento da indústria concorreu para atrair pessoas do campo para os grandes centros urbanos em busca de emprego. Já a modernização da agricultura, estimulada pelos Governos Militares através de crédito fácil e subsidiado, que passou a utilizar máquinas modernas e sofisticadas no seu cultivo, incentivou a abertura de grandes empreendimentos agrícolas, com a tomada de terras de pequenos produtores rurais e a geração de desemprego no campo, contribuindo decisivamente para a saída de pessoas da atividade do campo para os centros urbanos em busca de emprego na indústria.

                                                                    


            Se por um lado a modernização da agricultura teve um impacto positivo para a economia brasileira, tendo em vista que hoje com uma produção de grão de cerca de 250 milhões de toneladas, somos um dos principais produtores e exportadores de alimento do mundo, fato que além de nos garantir segurança alimentar, ajuda expressivamente na balança comercial, já que nesse particular o Brasil exporta muito e importa pouco, por outro lado acentuou a má distribuição das riquezas do campo e causou um desequilíbrio sem precedentes nas grandes cidades que não estavam estruturadas para receber um contingente populacional de tamanha magnitude em pouco espaço de tempo.

            Uma das principais vantagens do processo de modernização do campo foi o aumento significativo da produtividade, incluindo a geração e distribuição de alimentos pelo mundo, o que contrariou perspectivas pessimistas que acreditavam que o crescimento populacional superaria a disponibilidade de recursos. Outro ponto positivo foi a menor necessidade de utilização de agrotóxicos nas lavouras em razão da melhoria genética das plantas, embora eles ainda sejam utilizados em larga escala.

Dos pontos negativos do processo de mecanização do campo – ou as críticas geralmente direcionadas a tal ocorrência – destaca-se o desemprego estrutural gerado entre os trabalhadores rurais. Houve uma significativa substituição do homem pela máquina nos sistemas de cultivo, o que intensificou a prática do êxodo rural, apesar de a modernização agrícola não ter sido a única responsável por esse processo.

A riqueza decorrente do agronegócio é indiscutivelmente um grande diferencial que o Brasil tem em relação a outras economias. Só que o Brasil não tem como riqueza apenas o agronegócio. Aqui também há um potencial energético enorme, pois além do petróleo, há um grande potencial energético proveniente de hidrelétricas, do sol, da água e da cana-de-açúcar.         

            No que diz respeito à industrialização do país, que já vinha ocorrendo desde o Governo de Getúlio Vargas, tendo sido mais intensificada no Governo de Juscelino Kubitschek, também teve e continua tendo uma relevância especial, pois não faria sentido um país com uma população como a nossa, ficar totalmente dependente de importação de produtos industrializados.

            O fato é que a indústria, independentemente de seu setor de atuação, possui uma relevância especial em diversas instâncias de um país, pois é a partir dela que ele consegue ter maior autossuficiência de produtos, sem que dependa de outros países para obtê-los e consequentemente repassá-los ao consumidor. Essa é também uma forma de aumentar as possibilidades de exportação e elevar o consumo de mercadorias nacionais. 

                                                               


          Além disso, a competitividade entre as indústrias estimula a busca por soluções para produzir mercadorias de melhor qualidade em condições mais vantajosas. Assim, isso poderá aumentar as possibilidades de produtos disponíveis, de acordo com o poder de compra de cada pessoa.

Por sua vez, é inegável que por meio das indústrias empregos são gerados. Afinal, é através do trabalho humano, com auxílio de ferramentas, que produtos ou serviços serão desenvolvidos. Assim, com elas aumenta-se a renda dos cidadãos e consequentemente melhora o seu padrão de vida e o acesso a bens de consumo.

Com o passar dos anos, as necessidades das pessoas mudam, devido principalmente aos avanços tecnológicos e ao aumento do poder aquisitivo delas. Por essas razões, faz-se preciso que as indústrias contratem funcionários com conhecimentos específicos e preparados para desenvolver melhorias de produtos, bem como instituam programas de treinamento visando atender as necessidades do cliente. Logo, para isso, é necessário que esses colaboradores tenham melhor nível educacional ou especialização em algumas áreas.

A partir das demandas de uma indústria, é necessário o desenvolvimento de pesquisas, que possam prever e corrigir problemas, notar padrões de consumo e melhorar a qualidade de produtos e o padrão de vida da população. Com isso, o acesso a informações para tomada de decisões e gestão de uma empresa também será maior.

Portanto, para garantir o sucesso da indústria é essencial utilizar ferramentas para agilizar processos e reduzir custos através da modernização dos processos e da automação. Por meio deles, dados e informações de uma empresa são reunidos e organizados em um único sistema, facilitando a gestão e planejamento de processos.

            Como conclusão, há que se registrar que um dos grandes problemas da atualidade brasileira diz respeito ao fato de que as vagas de empregos criadas na indústria e no setor de serviço foram bem menos do que o número de desemprego ocorrido no campo em decorrência do êxodo rural.   

           

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