"Eia! Povo destemido
Deste rincão brasileiro,
Seja sempre o teu grito partido
De leal coração altaneiro.
Salve! Rico torrão do Amapá,
Solo fértil de imensos tesouros,
Os teus filhos alegres confiam
Num futuro repleto de louros.
Estribilho
Se o momento chegar algum dia
De morrer pelo nosso Brasil
Hão de ver deste povo à porfia (bis)
Pelejar neste céu cor de anil.
Eia! Povo herói, varonil
Descendente da raça guerreira,
Ergue forte, leal, sobranceira
A grandeza do nosso Brasil
Salve! Rico torrão do Amapá..."
(Hino do Amapá)
Temos acompanhado com satisfação o
esforço do Governo do Estado do Amapá no sentido de dinamizar a atividade
agropecuária, notadamente no que diz respeito à agricultura familiar. Com esse
tipo de trabalho, além de colaborar para a melhoria da condição de vida de um
importante segmento da sociedade, o Governo dá um passo muito relevante para o
crescimento da economia local, ainda muito dependente de produtos de outros
Estados.
E isso, indiscutivelmente, é da maior
relevância. Quando produzimos aqui, além de gerarmos empregos e renda para um
determinado segmento de pessoas que lidam diretamente com a atividade
produtora, avançamos noutras atividades, uma vez que, em vez de enviarmos
dinheiro para fora, comprando mercadorias produzidas noutros estados, fazemo-lo
circular no comércio local, com efeitos altamente positivos para a nossa
economia, que cresce, gerando mais empregos e renda. E agora, mais do que nunca,
o Estado do Amapá tem motivos para alimentar a esperança de um futuro próspero
para o agronegócio. E essa esperança acaba de se materializar na notícia
divulgada no Jornal Valor Econômico, através de reportagem de Fernando Taquari. Senão vejamos:
“Depois do Tocantins, o Amapá desponta
como nova fronteira agrícola na região Norte do país. Com boas condições
climáticas e solo fértil, o Cerrado amapaense tem despertado o interesse de
pequenos e médios produtores e até de grandes grupos vindos de regiões
tradicionais.
A localização estratégica do Estado e
a ampliação do porto de Santana pela Companhia Norte de Navegação e Portos
(Cianport) representam outro atrativo para os agricultores, sobretudo de Mato
Grosso, interessados em escoar parte da safra de grãos pelo rio Amazonas como
alternativa para reduzir custos de logística. O avanço do agronegócio, porém,
preocupa o governo. As terras para plantio são limitadas e fazem divisa com a
Floresta Estadual do Amapá (Flota).”
E não tenham dúvidas de que o Estado
do Amapá, mais do que nunca, tem um enorme potencial para avançar, notadamente
quando concluir a BR 156 e a ponte do Rio Oiapoque, que liga o Amapá às Guianas
Francesas, possibilitando a exportação dos nossos produtos. Os Estados de Goiás
e Mato Grosso, não faz muito tempo, eram o que é hoje o Estado do Amapá. E o
crescimento do agronegócio daqueles estados deu-se por força de investimentos
em pesquisas, abertura de estradas, crédito rural subsidiado, política de
preços mínimos e assistência técnica e extensão rural. E isso o Governo do
Estado do Amapá já vem fazendo com o PROAMAPÁ Rural, através da Secretaria de
Desenvolvimento rural – SDR. Segundo ainda a reportagem do valor econômico:
“Os primeiros plantios de
soja na região foram em 2001 e envolviam apenas 200 hectares. A chegada de
produtores com capacidade de investimento e tecnologia há dois anos mudou o
cenário.
De 2012 para 2013, a área plantada com
grãos passou de 2,4 mil para 10 mil hectares, enquanto a produção de grãos
passou de 7,6 mil toneladas para 25 mil toneladas no período, segundo a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Considerando apenas a soja, a
área saiu de 1,6 mil hectares em 2012 para 6 mil hectares ano passado – a
produção avançou de 4,2 mil toneladas para 15 mil toneladas no mesmo período.
Ainda que tenha sido um marco para o Estado, é quase nada quando se pensa na
área e na produção do Brasil.
A Embrapa estima que em 2014 a área
plantada com grãos possa chegar a 20 mil hectares. Projeções para daqui a 20
anos mostram que a área deve atingir o potencial máximo, com 200 mil hectares.
Hoje, as áreas de Cerrado aptas a cultivos correspondem a 932 mil hectares ou
6,5% do território do Amapá. ‘Desses quase um milhão, temos que descontar 50%
de áreas de preservação permanente e 140 mil que pertencem a uma empresa
japonesa que planta eucalipto’, explica o analista da Embrapa Amapá, Gustavo
Spadotti Castro.”
Além da BR 156, que liga o Amapá às
Guianas Francesas - com o asfaltamento em fase bastante avançado -, e a ponte
sobre o Rio Oiapoque, que facilitará o intercâmbio comercial com outros países,
temos o Porto de Santana, como um diferencial para empresas interessadas no
mercado externo. Em assim sendo, o Cerrado amapaense tem chamado a atenção de
grandes empresas. Recentemente, representantes da Sperafico e da Coopave l
sondaram analistas da Embrapa sobre as peculiaridades da região, aumentando a procura, e consequentemente, a
uma valorização das terras, elevando o valor de um hectare de terra de R$ 50,00
para cerca de R$ 3.000,00 num período de 10 (dez) anos, segundo Castro,
pesquisador da Embrapa.
A expansão do agronegócio brasileiro
tem hoje como maior gargalho a infraestrutura de transporte e portos, fatores
que encarecem a produção, inviabilizando, em algumas situações, a concorrência
dos nossos produtos com os de outros países exportadores. Em assim sendo,
dispondo o Estado do Amapá de terras férteis e de condições favoráveis para o
escoamento da produção para o exterior, não há dúvida de que poderá ser a nova
fronteira agrícola do país.
Segundo divulgou ainda a reportagem do
Valor Econômico, foi informado pelo pesquisador-Chefe da Empraba, Jorge Yared que
“As perspectivas são positivas para o agronegócio no Amapá. Há uma demanda
crescente por conhecimento e tecnologia”, que aponta também o porto de Santana
como um diferencial para empresas interessadas no mercado externo.
De fato faz muito sentido as
informações do pesquisador-Chefe da Embrapa, considerando que, se o porto de
Santana poderá ser a solução para os produtores de soja do Mato Grosso, com
muito mais razão será um diferencial para os produtores do Estado do Amapá. E
pelo visto, a economia que poderá ser feita com o escoamento da produção
através do porto de Santana é considerável, tanto que, segundo o Jornal Valor
Econômico:
“O governo do Estado, por
exemplo, calcula que a rota pelo Rio Amazonas proporcionaria uma redução de 30%
nos custos de frete para produtores de Mato Grosso. O Estado exporta hoje 70%
da produção pelos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Vitória (ES). De acordo
com dados do Instituto mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), seria
possível transferir 50% dessa carga com a viabilização dos portos no Norte,
incluindo Santana.”
Por
outro lado, segundo ainda informou o Jornal Valor Econômico, “Apesar do
otimismo, Yared diz que o aumento da produtividade do setor primário amapaense
ainda depende do avanço do Estado na solução de problemas como a distribuição
de terras, a situação fundiária e o licenciamento ambiental. ‘Uma coisa está
amarrada à outra. É importante para os produtores, inclusive, para quem quer
comercializar fora, ter esses aspectos legalizados’. Por isso o governador
Camilo Capiberibe (PSB) deve apresentar neste mês um zoneamento ecológico do
Cerrado.”
E
nesse ponto tem absoluta razão Yared, pois a questão fundiária na Região Norte
sempre foi um grande entrave à expansão da atividade agropecuária. E não é uma
questão fácil de ser solucionada. Já na época do Regime Militar muito se fez em
prol dessa causa, sem, contudo, se ter alcançado os propósitos a que se
propunham.
E como bem esclareceu o Jornal Valor
Econômico, “O Amapá é o Estado mais preservado do Brasil, com 73% de áreas de
conservação ambiental e terras indígenas. ‘É possível conviver floresta e
agronegócio? A resposta Mato Grosso fornece para gente. O histórico de ocupação
de terras no país na expansão da fronteira agrícola se dá contra os interesses
ambientais e dos pequenos proprietários. Por isso nosso projeto de concessões
florestais enfrenta tanta resistência’, afirma o governador sobre a proposta de
conceder entre 1 milhão e 1,5 milhão de hectares da floresta amazônica para uma
empresa regularizar a extração madeireira.”
Seja como for, apesar dos pros e dos
contras, não podemos perder de vista que as perspectivas favoráveis ao avanço do
agronegócio no Estado do Amapá é um fator de alento e de esperança para toda a
população local, que sonha com melhores condições de vida e de trabalho para todos. Resta saber o que
se fará para conciliar o crescimento do agronegócio com a preservação do meio
ambiente. De qualquer modo, esse assunto será matéria para um outro artigo.
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