sexta-feira, 18 de abril de 2014

EIKE É INVESTIGADO POR TRÊS CRIMES CONTRA O MERCADO FINANCEIRO



"Inquérito contra o empresário irá apurar a possível prática de manipulação de mercado, negociação de ações com informações privilegiadas e lavagem de dinheiro." (Jornal O Povo on line).

            O empresário Eike Batista, durante algum tempo, reinou absoluto como o queridinho da República. Jovem, com dinheiro em abundância, tido como de uma visão extraordinária, atuou em diversos setores, em especial petróleo, logística, energia, mineração, indústria naval e carvão mineral. O homem era tido como uma máquina de fazer dinheiro. Ninguém sabe como.

O presidente do Grupo EBX, formado por seis companhias listadas no Mercado da Bovespa, segmento com os mais elevados padrões de governança corporativa. O mundo do mega empresário, no entanto, parece que não girava em torno do seu excepcional tino comercial e visão extraordinária.
  
Em 2012, Eike Batista teve sua fortuna avaliada em US$ 10,1 bilhões por causa de cláusulas da venda de parte da EBX para o fundo Mubadala Development, de Abu Dhabi. Isso o tornou a 3ª pessoa mais rica do Brasil, com uma fortuna avaliada em US$ 12,4 bilhões de dólares, ficando na 75ª posição de pessoa mais rica do mundo. Não é pouco. É muito dinheiro.
  
Em julho de 2013, segundo o ranking da Bloomberg, a fortuna de Eike Batista derreteu para US$ 200 milhões. Assim, Batista perdeu mais de 99 por cento de seus ativos dentro de um ano.

           Em entrevista ao programa Fantástico da Rede Globo e Conta Corrente, da GloboNews, o empreendedor afirmou que cria riqueza do zero e que “empreender é identificar riquezas”. Em julho de 2012, foi eleito o vigésimo primeiro maior brasileiro de todos os tempos, pelo SBT. E agora, pouco tempo depois dessa premiação, está sendo investigado por suposta prática de manipulação de mercado, negociação de ações com informações privilegiadas e lavagem de dinheiro. Eis a seguir a notícia divulgada hoje, 18 de abril de 2014, pelo Jornal O Povo:  

“O empresário Eike Batista está sendo, desde ontem, investigado pela Polícia Federal por crimes contra o mercado financeiro. O inquérito já foi instaurado, segundo a PF, e vai apurar a possível prática de manipulação de mercado, negociação de ações com informações privilegiadas e lavagem de dinheiro.

Os possíveis crimes estão relacionados à atuação do empresário na negociação de ações da petroleira OGX, que ele controla. A investigação da PF parte de pedido do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, e tem como ponto de partida a investigação administrativa conduzida pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), apontando indícios de dois crimes. 

Segundo a CVM, Eike vendeu grande quantidade de ações da OGX poucos meses antes de a empresa anunciar no mercado que grande parte das reservas de petróleo identificadas anteriormente não tinha viabilidade comercial para produção.” 

            Não nos preocupamos com os problemas de Eike Batista. A nossa preocupação é que alguns dos nossos empresários, tidos como bem sucedidos, são, na verdade, movidos a dinheiro público. Em assim sendo, junto com eles, em regra, são enterrados somas absurdas de dinheiro do povo. É que aqui no Brasil falta dinheiro para o funcionamento adequado dos hospitais públicos e das escolas da rede pública de ensino, mas não falta dinheiro para emprestar a empresários com disposição para financiar campanhas de políticos. Informa ainda o Jornal O Povo:
     
“Além disso, de acordo com a autarquia, ele estimulou investidores, por meio de sua conta no ‘Twitter’, a comprar ações da empresa quando ele já dispunha de informações sobre o menor volume recuperável de reservas. 

Os dois delitos são previstos na Lei 6.385/76, que trata de crimes contra o mercado de capitais. A pena para manipulação de mercado é de 1 a 8 anos de prisão, mais multa. Para ‘insider’, a pena é de 1 a 5 anos e multa.”

O fato é que nada pode deixar de ser apurado. Tudo precisa ser devidamente esclarecido. Segundo ainda o Jornal O Povo, “Os indícios de lavagem de dinheiro foram identificados pelos policiais da Delegacia de Crimes Financeiros.” 
 
            Pelo que se sabe, o empresário responderá ainda por processo administrativo que corre na CVM, com julgamento para data futura. Ao ter conhecimento do anúncio da PF de que iria abrir inquérito sobre o caso, o empresário Eike Batista havia comentado que ‘em nenhum momento houve má fé ou uso de informação privilegiada’. 

            De qualquer modo, nunca deveremos fazer prejulgamento de ninguém. Em razão disso, precisamos aguardar o desfecho das investigações, que acreditamos, esclarecerão todas as suspeitas. 


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