"Inquérito contra o empresário irá apurar a possível
prática de manipulação de mercado, negociação de ações com informações
privilegiadas e lavagem de dinheiro." (Jornal O Povo on line).
O empresário Eike Batista, durante
algum tempo, reinou absoluto como o queridinho da República. Jovem, com dinheiro em
abundância, tido como de uma visão extraordinária, atuou em diversos setores,
em especial petróleo, logística, energia, mineração, indústria naval e carvão
mineral. O homem era tido como uma máquina de fazer dinheiro. Ninguém sabe
como.
O presidente do Grupo EBX, formado por
seis companhias listadas no Mercado da Bovespa, segmento com os mais elevados
padrões de governança corporativa. O mundo do mega empresário, no entanto,
parece que não girava em torno do seu excepcional tino comercial e visão
extraordinária.
Em 2012, Eike Batista teve sua fortuna avaliada em US$ 10,1 bilhões por causa de cláusulas da venda de parte da EBX
para o fundo Mubadala Development, de Abu Dhabi. Isso o tornou a 3ª pessoa mais
rica do Brasil, com uma fortuna avaliada em US$ 12,4 bilhões de dólares,
ficando na 75ª posição de pessoa mais rica do mundo. Não é pouco. É muito
dinheiro.
Em julho de 2013, segundo o ranking
da Bloomberg, a fortuna de Eike Batista derreteu para US$ 200 milhões. Assim,
Batista perdeu mais de 99 por cento de seus ativos dentro de um ano.
Em entrevista ao programa Fantástico da
Rede Globo e Conta Corrente, da GloboNews, o empreendedor afirmou que cria riqueza
do zero e que “empreender é identificar riquezas”. Em julho de 2012, foi eleito
o vigésimo primeiro maior brasileiro de todos os tempos, pelo SBT. E agora, pouco tempo depois dessa
premiação, está sendo investigado por suposta prática de manipulação de
mercado, negociação de ações com informações privilegiadas e lavagem de
dinheiro. Eis a seguir a notícia divulgada hoje, 18 de abril de 2014, pelo
Jornal O Povo:
“O
empresário Eike Batista está sendo, desde ontem, investigado pela Polícia
Federal por crimes contra o mercado financeiro. O inquérito já foi instaurado,
segundo a PF, e vai apurar a possível prática de manipulação de mercado,
negociação de ações com informações privilegiadas e lavagem de dinheiro.
Os
possíveis crimes estão relacionados à atuação do empresário na negociação de
ações da petroleira OGX, que ele controla. A investigação da PF parte de pedido
do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, e tem como ponto de partida a
investigação administrativa conduzida pela CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), apontando indícios de dois crimes.
Segundo a
CVM, Eike vendeu grande quantidade de ações da OGX poucos meses antes de a
empresa anunciar no mercado que grande parte das reservas de petróleo
identificadas anteriormente não tinha viabilidade comercial para produção.”
Não
nos preocupamos com os problemas de Eike Batista. A nossa preocupação é que
alguns dos nossos empresários, tidos como bem sucedidos, são, na verdade,
movidos a dinheiro público. Em assim sendo, junto com eles, em regra, são
enterrados somas absurdas de dinheiro do povo. É que aqui no Brasil falta
dinheiro para o funcionamento adequado dos hospitais públicos e das escolas da
rede pública de ensino, mas não falta dinheiro para emprestar a empresários com
disposição para financiar campanhas de políticos. Informa ainda o Jornal O
Povo:
“Além
disso, de acordo com a autarquia, ele estimulou investidores, por meio de sua
conta no ‘Twitter’, a comprar ações da empresa quando ele já dispunha de
informações sobre o menor volume recuperável de reservas.
Os dois
delitos são previstos na Lei 6.385/76, que trata de crimes contra o mercado de
capitais. A pena para manipulação de mercado é de 1 a 8 anos de prisão, mais
multa. Para ‘insider’, a pena é de 1 a 5 anos e multa.”
O fato é que nada pode deixar de
ser apurado. Tudo precisa ser devidamente esclarecido. Segundo ainda o Jornal O
Povo, “Os indícios de lavagem de dinheiro foram identificados pelos policiais
da Delegacia de Crimes Financeiros.”
Pelo
que se sabe, o empresário responderá ainda por processo administrativo que
corre na CVM, com julgamento para data futura. Ao ter conhecimento do anúncio
da PF de que iria abrir inquérito sobre o caso, o empresário Eike Batista havia
comentado que ‘em nenhum momento houve má fé ou uso de informação privilegiada’.
De
qualquer modo, nunca deveremos fazer prejulgamento de ninguém. Em razão disso,
precisamos aguardar o desfecho das investigações, que acreditamos, esclarecerão
todas as suspeitas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário