Como
já era esperado, a situação começa a se complicar para os envolvidos nas
acusações de corrupção na Petrobras. E pelo que tem sido divulgado pela imprensa,
existem casos escabrosos, que devem ser repudiados por todos nós brasileiros
que trabalhamos honestamente e pagamos impostos para que o país ofereça serviço
público de qualidade ao povo que deles depende. A revista Veja ed. 2370, ano
47, nº 17, de 23 de abril de 2014, p. 46, informa:
“A
investigação dos negócios do doleiro Alberto Youssef levou para a prisão um
poderoso ex-diretor da Petrobras, revelou detalhes de transações ilícitas
tramadas nos gabinetes da estatal e está desatando um nó que amarra empreiteiras
acostumadas a pagar ‘comissões’ por contratos milionários a políticos que
recebem para garantir que esses contratos se viabilizem.”
Esse
tipo de comportamento não tem nome. Esses políticos, empresários e gestores
corruptos, em vez que estarem em Brasília tramando esse tipo de falcatruas
contra o patrimônio do povo brasileiro, deveriam está presos em penitenciárias
de segurança máxima. Infelizmente, o povo brasileiro, por razões diversas, é
muito tolerante com esse tipo de gente. De qualquer modo, precisamos ser firmes
e continuar denunciando os maus feitos dos quais tivermos conhecimento. A
revista Veja informou ainda a respeito do doleiro:
“Através
de uma rede de empresas que só existiam no papel, ele recolhia dinheiro das
empreiteiras e repassava parte dele a partidos, políticos e funcionários
públicos. Na semana passada, a Polícia Federal encerrou a primeira fase do
inquérito que esmiúça as atividades do grupo de Youssef. O passo seguinte é
mapear toda a rede de clientes do doleiro. É aqui que o caso pode mudar de
patamar, o que tem assustado muita gente importante. As evidências colhidas até
agora mostram que alguns dos parceiros de Alberto Youssef são figuras públicas,
trabalham em Brasília e têm endereço conhecido.”
Que
os parceiros de Youssef são figuras públicas, que moram em Brasília e têm
endereço certo, disso ninguém tem dúvida. Resta saber o que será realizado de
concreto para que esses salafrários paguem pelos crimes que cometeram. Não
duvidamos do trabalho da Polícia Federal. A nossa dúvida diz respeito ao que
será feito depois que a Polícia Federal passar a frente o seu trabalho. Aqui no
Brasil a experiência tem mostrado que, em regra, depois que são encerradas as
investigações, os processos tomam destinos incertos e não sabidos, tendo como
desfecho final o que vimos acontecer com o ex-presidente Collor no julgamento
do STF. De qualquer modo, precisamos acreditar na Justiça e torcer para que os
corruptos parem na cadeira. No Jornal Diário do Nordeste de hoje, 26 de abril
de 2014, encontramos notícia dando conta de que a Justiça aceitou a denúncia
contra o ex-diretor da Petrobras. Já é um grande passo. Senão vejamos:
“A
Justiça Federal abriu na última sexta-feira (25) uma ação criminal
contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. O
engenheiro é acusado de liderar organização criminosa para lavagem de dinheiro
ilícito arrecadado a partir de crimes contra a administração pública. Segundo
denúncia do Ministério Público, Costa praticou corrupção e peculato no
período em que ocupou o cargo na estatal (2004-2012), época em que aprovou o
contrato suspeito de superfaturamento do Consórcio Nacional Camargo Correa
para as obras da refinaria Abreu e Lima, no Estado de Pernambuco.
Até agora
é a mais pesada acusação a Costa, preso desde 20 de março, três dias após a
deflagração da Operação Lava Jato, missão da Polícia Federal para estancar
lavagem de dinheiro no montante de R$ 10 bilhões.
O
Ministério Público imputa a Costa favorecimento direto em uma sucessão de 413
operações de câmbio fraudadas por meio de importações fictícias que abriram
caminho para remessa e ocultação de valores no exterior, principalmente na
China.
A
acusação revela que o executivo continuou em ação mesmo depois de ter deixado a
cadeira na estatal e constituir uma empresa de consultoria, a Costa Global,
através da qual exigia propinas de fornecedores da Petrobrás sob o disfarce de
comissão por assessoria prestada.”
Às
vezes temos a sensação de que esses elementos não têm nenhum senso de pudor. São
de fatos grandes descarados, sem nenhuma vergonha. E isso tudo se deve ao nosso
sistema que é falha. Primeiro os sistemas de controles, tanto os internos, como
as auditorias, quantos os externos, como os tribunais de contas, não oferecem
a contribuição que deveriam. Por outro lado, o Ministério Público e a Justiça
também não estão devidamente aparelhados para apresentar em tempo hábil a
resposta que o povo tanto precisa e exige. Segundo ainda o Jornal Diário do
Nordeste:
“Além das
acusações a que responde no caso da refinaria Abreu e Lima, Costa também é
personagem da polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Ele era
o representante da Petrobrás no comitê de proprietários da refinaria, que
incluía também um representante da sócia belga Astra Oil.
Além de
Costa, outros nove investigados da Lava Jato foram denunciados, entre eles o
doleiro Alberto Youssef, que presenteou o engenheiro com uma Land Rover
Evoque, de R$ 250 mil, em maio de 2013.
O
Ministério Público sustenta que o ex-diretor da Petrobrás e o doleiro eram os
líderes de ‘sofisticada organização criminosa’. ‘Os laços entre Youssef e Costa
são tão próximos que o escritório do doleiro é usado também como sede de
sociedade comercial do ex-diretor da Petrobrás’, dizem os procuradores.
A
denúncia mostra que, como diretor da Petrobrás e conselheiro de administração
da Abreu e Lima desde 2008, Costa era responsável pelos projetos técnicos para
construção de refinarias da estatal e fiscalização da execução dos aspectos
técnicos. A licitação da Abreu e Lima ocorreu em novembro de 2008 e resultou na
contratação do Consórcio Nacional Camargo Correa (CNCC). O empreendimento foi
orçado em R$ 2,5 bilhões, mas, segundo a Procuradoria, o custo agora está
estimado em R$ 20 bilhões. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou
sobrepreço de até R$ 446,2 milhões.”
A
corrupção é um dos assuntos mais dominante nos dias de hoje, tanto que nas
conversas do cotidiano, as pessoas, de um modo geral, demonstram preocupação
com o assunto, condenando a prática recorrente desse crime por grande número de
políticos e gestores públicos. De fato, não há como não condenar essa prática
abominável que é o crime de corrupção. A questão é que, diferentemente dos
crimes comuns, a corrupção já se revelou extremamente difícil de ser combatida.
As razões para que se tenha tanta dificuldade para incriminar um corrupto são muitas, ainda não devidamente esclarecidas. Certamente o fato de ser um tipo de crime normalmente praticado por pessoas influentes, que dispõem de recursos para contratar bons advogados, é um dos motivos que afetam a tarefa daqueles que desejam ver punidos os criminosos. Pelo que se percebe, as pessoas estão até certo ponto conscientizadas sobre o problema da corrupção e da necessidade de combatê-la, tanto que esse assunto constou das manifestações de ruas de junho do ano passado e não são raras as mensagens que circulam diariamente pela internet, em todas as redes sociais.
As razões para que se tenha tanta dificuldade para incriminar um corrupto são muitas, ainda não devidamente esclarecidas. Certamente o fato de ser um tipo de crime normalmente praticado por pessoas influentes, que dispõem de recursos para contratar bons advogados, é um dos motivos que afetam a tarefa daqueles que desejam ver punidos os criminosos. Pelo que se percebe, as pessoas estão até certo ponto conscientizadas sobre o problema da corrupção e da necessidade de combatê-la, tanto que esse assunto constou das manifestações de ruas de junho do ano passado e não são raras as mensagens que circulam diariamente pela internet, em todas as redes sociais.
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