sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A CORRUPÇÃO NA PETROBRAS REVELA A IMORALIDADE ADMINISTRATIVA LEVADA AO EXTREMO


 
            O que estamos ouvindo pela imprensa sobre a Operação Lava-Jato chega a ser repugnante. É revoltante. E o mais duro de engolir é ainda ouvir o PT dizer em nota, através da sua assessoria de imprensa, que o partido tão somente recebe doações legais e que as declarações do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco “não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidade e, portanto, não merecem crédito”, reportando-se ao que falou o ex-gerente em sua delação premiada, quando afirmou que a sigla recebeu cerca de U$$ 200 milhões de propinas entre 2003 e 2013 do esquema de desvios que se instalou na estatal.           

            As investigações sobre os desvios de recursos da Petrobras com certeza ainda terão muitos desdobramentos, uma vez que os indícios mostram que muitos políticos estão envolvidos. E a oposição já se manifestou dizendo que as acusações contra o tesoureiro do PT, que teria recebido dinheiro para o partido, tornam ainda mais graves as denúncias de corrupção na empresa.

O Senador José Agripino Maia, do Rio Grande do Norte, afirmou que “Os U$ 200 milhões é um escândalo para o Brasil e para os brasileiros, mas também um escândalo pro mundo inteiro. É o maior escândalo do mundo. Impõe-se que a punição exemplar venha, doa a quem doer, chegue aonde chegar”.

Apesar de tudo, segundo a mensagem do Palácio do Planalto, através do ministro das Relações Institucionais, responsável pelas negociações políticas com o Congresso, Pepe Vargas, em uma rápida conversa com jornalistas, o governo está tranquilo. “Pro governo não cria constrangimento algum. Se houver algum envolvimento de alguma pessoa do PT, o PT vai ter que tomar as atitudes que têm que ser tomadas. Vamos aguardar o desdobramento desses episódios”, afirmou o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas. As coisas, no entanto, não são tão simples assim. E muito menos acreditamos que o Governo esteja tranquilo. Segundo informou o Jornal Nacional de 05 de fevereiro de 2015:

“Num dia em que uma nova CPI sobre a Petrobras foi aberta na Câmara, essa nova etapa da Operação Lava Jato agitou o meio político, em Brasília.

A oposição disse que as acusações contra o tesoureiro do PT, que teria recebido dinheiro para o partido, tornam ainda mais graves as denúncias de corrupção na Petrobras.

‘Os U$ 200 milhões é um escândalo para o Brasil e para os brasileiros, mas também um escândalo pro mundo inteiro, é o maior escândalo do mundo. Impõe-se que a punição exemplar venha, doa a quem doer, chegue aonde chegar’, disse o senador José Agripino, DEM-RN, presidente do partido.

Pelo Palácio do Planalto, falou o ministro de Relações Institucionais, responsável pelas negociações políticas com o Congresso. Pepe Vargas disse, em uma rápida conversa com jornalistas, que o governo está tranquilo.

‘Pro governo não cria constrangimento algum. Se houver algum envolvimento de alguma pessoa do PT, o PT vai ter que tomar as atitudes que têm que ser tomadas. Vamos aguardar o desdobramento desses episódios’, afirmou o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas.”


            Essa estratégia de disser que o episódio não causa constrangimento nenhum ao Governo é muito parecida com aquela outra de que ninguém sabia de nada. No fundo, todos são inocentes. Foram enganados pelos companheiros, que buscaram arrecadar dinheiro, através das empresas que tinham negócios com a Petrobras, sem o conhecimento e a permissão da cúpula do Governo e do PT. Com a abertura dessa nova CPI, na qual não acreditamos muito, já que será comandada pelo PMDB  e o PT, mesmo, assim, é possível que as coisas tomem um rumo inesperado e surpreendam, como aconteceu com a CPI do Mensalão, pois, segundo ainda informou o Jornal Nacional:        

“Dois partidos de oposição - PPS e Democratas – anteciparam que vão pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de João Vaccari Neto e do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, já na primeira reunião da nova CPI na Câmara. Vaccari e Duque também devem ser convocados para depor.

Na manhã desta quinta-feira (5), o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, leu em plenário o ofício que criou a CPI da Petrobras para investigar denúncias de corrupção na empresa entre 2005 e 2015.

Agora, os partidos vão indicar os 27 integrantes da CPI. A base governista terá maioria de pelo menos 15 vagas. Mas, na prática, vai depender muito do comportamento do PMDB, de Eduardo Cunha, partido que vai comandar a comissão.”

            No fundo ainda acreditamos muito na mobilização popular, por isso que o desenvolvimento das atividades parlamentares na CPI dependerão muito da maneira como o povo reagir daqui para a frente. Quem lembra da CPI que investigou os desvios do Governo Collor de Melo sabe como as coisas funcionam no Congresso Nacional. Lá ninguém quer perder. Na hora em que o barco der sinais de que não se sustenta, todos o abandonam, buscando a sua própria salvação. A fidelidade do nosso Congresso Nacional é uma coisa muito relativa, ou seja, depende muito da conveniência de cada um.    


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