“A Câmara
dos Deputados encaminhou no início da noite ao Ministério da Justiça ofício pedindo proteção da
Polícia Federal para a ex-gerente executiva da Diretoria de Refino e
Abastecimento da Petrobras Venina Velosa da Fonseca.
Segundo
notícia divulgada pelo jornal Valor Econômico na edição de hoje, Venina
teria alertado a direção da estatal sobre um esquema de corrupção na empresa e,
em função disso, teria sido perseguida, ameaçada de morte, transferida para um
escritório da petrolífera em Cingapura, na Ásia, e depois afastada de suas
funções.
O pedido
de proteção policial foi feito pelo líder da minoria no Congresso, deputado
Ronaldo Caiado (DEM-GO), ao presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), em função da publicação da matéria com as denúncias, e-mails e
relatórios de alerta que teriam sido feitos pela ex-gerente.
Ao
receber a solicitação, o secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara, Mozart
Vianna, comunicou o fato ao presidente em exercício da Casa, deputado Arlindo
Chinaglia, que o orientou a encaminhar ofício ao chefe de gabinete do
Ministério da Justiça, solicitando a proteção policial para a geóloga Venina
Velosa da Fonseca, o que foi feito por Vianna.
‘Em face
da contundência dos fatos, solicitamos a Vossa Excelência que envide todos os
esforços necessários - em nome da Câmara dos Deputados - junto ao Sr. Ministro
de Estado da Justiça, com vistas a que sejam adotadas as providências cabíveis
para assegurar a proteção desta cidadã e sua família, vez que ela - de forma
corajosa e antes mesmo da Operação Lava Jato da Polícia Federal se tornar
pública - já havia se posicionado no sentido de denunciar os graves casos de
corrupção instalados na Petrobras", afirmou o líder Ronaldo Caiado.
Nota da
Petrobras
Em nota
de esclarecimento, a Petrobras informou que instaurou comissões internas em
2008 e 2009 para ‘averiguar indícios de irregularidades em contratos e
pagamentos efetuados pela gerência de Comunicação do Abastecimento’. E
acrescenta: ‘O ex-gerente da área foi demitido por justa causa em 3 de abril de
2009, por desrespeito aos procedimentos de contratação da companhia. Porém, a
demissão não foi efetivada naquela ocasião porque seu contrato de trabalho
estava suspenso, em virtude de afastamento por licença médica, vindo a ocorrer
em 2013. O resultado das análises foi encaminhado às autoridades competentes.”
Como reiteradamente temos afirmado, a
corrupção no Brasil tem se mostrado
muito difícil de ser combatida em razão, principalmente, de ter como
mentores pessoas influentes. E como se vê, muitos que tomam conhecimento de
certas falcatruas omitem-se com medo de morrer ou de serem prejudicadas no
trabalho. No entanto, se queremos ter um país decente, precisamos ser suficientemente
corajosos e encararmos o desafio, sem medo do que possa acontecer.
Um comentário:
As leis também ajudam. Não apenas as destinadas ao enfrentamento mas toda as leis que relacionam o Estado com o cidadão. Veja a lei de desapropriação por utilidade pública. Um monumento jurássico Varguista que está na hora de ser revisado
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