sábado, 6 de dezembro de 2014

NA COMPARAÇÃO COM OUTUBRO DE 2013, PRODUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA CAI 3,6%, SEGUNDO O IBGE



            A situação da economia brasileira é preocupante. Uma das questões que mais nos intriga é que o nível de desemprego no país não é alto e a renda do brasileiro não apresenta pioras acentuadas que justifiquem esse recuo da atividade industrial.

Segundo o IBGE, “Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 3,6% em outubro de 2014, com perfil disseminado de resultados negativos, já que as quatro grandes categorias econômicas e a maior parte (23) dos 26 ramos apontaram redução na produção. Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 16,5%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de produtos de metal (-13,9%), metalurgia (-8,3%), máquinas e equipamentos (-8,0%), outros produtos químicos (-5,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,5%) e produtos de minerais não-metálicos (-4,6%). Por outro lado, entre as três atividades que aumentaram a produção, os principais impactos foram observados em indústrias extrativas (6,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%).”

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (-11,4%) e bens de consumo duráveis (-9,4%) assinalaram as quedas mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas. Os segmentos de bens intermediários (-2,8%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,1%) também apontaram resultados negativos nesse mês, mas com intensidade menor do que a média nacional (-3,6%).

            O Estado do Ceará, por exemplo, segundo notícia encontrada no site do Jornal Diário do Nordeste, teve um recuo na produção industrial de 4,9% de setembro para outubro deste ano, sendo o estado brasileiro que apresentou a maior queda na produção industrial nesse período, entre os locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado também acabou acumulando retração de 2%, na produção deste ano, e de 0,8%, nos últimos 12 meses. Confiram a notícia divulgada pelo IBGE:

“Em outubro de 2014, a produção industrial nacional mostrou variação nula (0,0%) frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após assinalar variação negativa de 0,2% em setembro. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, o total da indústria apontou redução de 3,6%, oitava taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Assim, o setor industrial acumulou queda de 3,0% nos dez meses do ano. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, recuou 2,6%, mantendo a trajetória descendente iniciada em março último (2,0%) e assinalando o resultado negativo mais intenso desde setembro de 2012 (-2,9%).”

Segundo ainda o IBGE, “A atividade industrial nacional (0,0%) repetiu, em outubro de 2014, o patamar registrado no mês imediatamente anterior, mas mostrou predomínio de atividades com queda na produção, já que 16 dos 24 ramos pesquisados apontaram recuo. As principais influências negativas foram assinaladas por produtos farmacêuticos e farmoquímicos (-9,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,2%). Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria vieram das atividades de produtos de minerais não-metálicos (-2,1%), produtos de borracha e material plástico (-1,7%), couro, artigos de viagem e calçados (-3,2%), produtos do fumo (-6,2%) e bebidas (-1,3%). Por outro lado, entre os seis ramos que ampliaram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por produtos alimentícios (2,5%). Vale citar também os impactos positivos vindos dos setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,9%) e outros equipamentos de transporte (5,0%).”

            A situação da economia brasileira e das exportações hoje não são piores graças a grande produção do agronegócio e as respectivas exportações desse segmento, que nos últimos anos tem gerado um grande superávit na balança comercial.

A exportação do agronegócio em 2013 ultrapassou pela primeira vez a cifra de US$ 100 bilhões. Sem essa arrecadação, o déficit de 2013 seria de cerca de US$ 80 bilhões. A constatação seguinte é a de que o país assume perfil de exportador de alimentos, com forte participação dos produtos primários – que têm menos valor agregado. Nessa linha de avaliação, conclui-se que existe algo errado, com outros setores (como a indústria de máquinas, por exemplo) que deveriam ser protagonistas nas exportações para garantir mais desenvolvimento econômico ao país.

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