quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

LAVA-JATO. ADVOGADOS DA CAMARGO CORRÊA PEDEM ANULAÇÃO DA OPERAÇÃO



    Essa é mais  uma estratégia da defesa dos envolvidos na Operação Lava-Jato. Como já vimos noutro momento, a defesa do lobista Fernando Baiano pediu a suspeição do Juiz Sérgio Moro e arguiu a sua incompetência. Agora os advogados da Construtora Camargo Corrêa estão requerendo a anulação da operação. Isso não é surpresa. Todos os envolvidos irão fazer de tudo para se desvencilhar  do inquérito e da punição.    

             Entendemos, no entanto, que por melhor que seja a defesa dos envolvidos, não acreditamos que consiga alguma coisa na atual conjuntura. A questão é que esse escândalo da Petrobras está tendo uma repercussão muito grande. Em assim sendo, dificilmente algum Desembargador ou Ministro terá a coragem de tomar uma decisão no momento favorável aos acusados, sabendo que ninguém concordaria com com isso. Sobre o pedido de anulação da Operação Lava-Jato formulado pela Camargo Corrêa, confiram a notícia encontrada no site do Jornal O Povo:    

“Os advogados da construtora Camargo Corrêa, em defesa protocolada em ação penal da Operação Lava Jato ontem, pedem a anulação da investigação que apura desvios de recursos da Petrobras. Os representantes da empresa dizem que as interceptações telefônicas que deram origem à investigação, feitas em 2013 pela Polícia Federal, não cumpriram todas as exigências legais.

O presidente da empreiteira, Dalton dos Santos Avancini, e o presidente do conselho de administração, João Ricardo Auler, continuam detidos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

A estratégia é semelhante à usada por advogados que defenderam réus em ações ligadas à Operação Castelo de Areia, anulada sob o mesmo argumento.

‘A interceptação telefônica teve por objetivo identificar condutas criminosas que não estavam sendo investigadas. Condutas de terceiros que não tinham nome, nem forma. Sequer tinham localização, já que poderiam estar em qualquer parte do território nacional’, afirma trecho da defesa. ‘Mais do que isso. A medida foi decretada para identificar prática quaisquer crimes, punidos com reclusão ou detenção, o que não pode ocorrer’, conclui.

Os advogados dos empreiteiros, do escritório do criminalista Celso Vilardi, argumentam que a defesa de Avancini e Auler está sendo cerceada porque nem todas as provas contra seus clientes estão nos autos da ação --citam, por exemplo, documentos que estão anexados a processos que correm em segredo de Justiça.

‘O que falta neste caso é paridade de armas’, diz trecho do documento.

Os executivos são acusados de participação no cartel de empreiteiras que formou um esquema de corrupção a partir de contratos com a Petrobras, por meio de fraudes em licitações e pagamentos de propina. Eles também são acusados de lavagem de dinheiro. (Folhapress).”

            Ao longo dos próximos anos, ainda iremos ouvir falar muito sobre essa Operação Lava-Jato. Noutros contextos, a estratégia desses advogados já funcionou. Na atual conjuntura, se funcionar, será uma grande surpresa. Se bem que de tudo já vimos acontecer aqui no Brasil. De qualquer modo, persistimos na ideia de que as estratégias desses advogados dificilmente surtirão algum resultado, em razão do reflexo que isso poderia ter perante a opinião pública. Nesses momentos, a opinião do povo ainda vale muito. E tomara que o povo não se cale diante de uma eventual reviravolta nesse processo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acredito amigo,que não será anulado o processo porque acredito as investigações foram corretas e eficazes em suas finalidades,apesar de apenas sabermos o que mídia nos informa e, que nem sempre é confiável.Acreditando ter a Polícia e a Justiça Federal agido dentro da Lei, não vejo razões para anulação de q.q. atos jurídicos.