A
Revista Exame, Ed. 1033, ano 47, nº. 21, de 13 de novembro de 2013, tem como
matéria de capa: “O Brasil que dá certo: com cada vez mais tecnologia de ponta,
a agricultura brasileira dá saltos de produtividade e empurra a economia. Como
uma elite de fazendeiros está transformando o campo em referência mundial.”
Isso de fato é verdadeiro, e não nos surpreende, como já tivemos a oportunidade
de mostrar em vários artigos que publicamos no nosso blog.
Na
reportagem que se inicia na página 31, a Revista começa informando que “Se há
um setor em que o Brasil é incontestavelmente competitivo, esse setor é o
agronegócio. O país é visto pelo restante do mundo como um dos principais
provedores de alimentos no presente e no futuro. Trata-se de uma posição
estratégica. Estima-se que em 2050 o mundo tenha de alimentar 9,1 bilhões de
pessoas.
Por
razões como essas, o agronegócio brasileiro está vocacionado para o mercado
internacional.” Ninguém pense, no entanto, que esse sucesso que é hoje o
agronegócio brasileiro nasceu de repente. O grande resultado que se colhe hoje
é fruto de uma política agrícola que se iniciou na década de 1950 no segundo
governo de Getúlio Vargas, que fez a reestruturação da CREAI – Carteira de
Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil e criou a CFP – Comissão de
Financiamento de Produção, instituições que tiveram nos anos que se seguiram um
papel dos mais importantes para a agricultura do país.
Os
governos seguintes, como o de Juscelino - que levou a Capital Federal para o
Centro-Oeste, investiu pesado na abertura de estradas e trouxe as primeiras
montadoras de automóveis para o Brasil -, e o governo do presidente João
Goulart que adotou medidas como a reestruturação do Ministério da Agricultura,
a criação da Companhia Brasileira de Alimentos e a Superintendência Nacional de
Abastecimento, ampliação da atuação da Comissão de Financiamento da Produção e
autorização para que a SUNAB constituísse a CIBRAZÉM – Companhia Brasileira de Armazenamento,
aliados aos incentivos dos Governos militares, foram preponderantes para o
sucesso que é hoje o agronegócio brasileiro.
Como se vê, os frutos que estão sendo
colhidos hoje no campo e fomentando a economia brasileira nasceram e consolidaram-se
ao longo de várias décadas, iniciando-se em 1950, sendo mais fortemente
impulsionado na década de 1970, quando os Governos Militares ofertaram em
abundância crédito rural subsidiado, seguro agropecuário e assistência técnica
e assistência rural. E hoje temos como resultado o agronegócio altamente
competitivo e impulsionando a economia do país, como bem noticiou notícia
encontrada no site www.notíciasdapecuária.com.br.
Senão vejamos:
“De acordo com análise da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a soja, milho e cana de
açúcar são os principais responsáveis pelo crescimento de 7% do Produto Interno
Bruto (PIB) da agropecuária no ano.
De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desempenho da safra de grãos e
fibras, teve produção recorde de 186,7 milhões de toneladas, elevando o PIB
agropecuário para R$ 234,6 bilhões.
Os produtos que mais
contribuíram para a expansão da agropecuária foram a soja, que registrou safra
recorde de 81,4 milhões de toneladas; milho primeira e segunda safra, que
alcançaram 80,2 milhões de toneladas e a cana-de-açúcar, cuja produção
totalizou 588,9 milhões de toneladas.”
Como
já afirmado noutro artigo, o agronegócio brasileiro é hoje um sucesso
indiscutível. Entre 1990 e 2013, a produção de alimentos quase que
quadruplicou, saindo de uma produção de pouco mais de 57 (cinqüenta e sete)
milhões de toneladas de alimentos para aproximadamente 200 (duzentos) milhões
em pouco mais de duas décadas, sem levar em consideração que o Brasil tem hoje
aproximadamente 210 milhões de cabeça de gado. Por todos esses dados que
acabamos de apresentar, não temos dúvidas nenhuma de que hoje a economia
brasileira e o equilíbrio da balança comercial dependem essencialmente do
agronegócio. Vejamos o que encontramos no site www.noticiasdapecuária.com.br:
“O setor agropecuário foi
o principal responsável pelo aumento de 2,3% do PIB do país no ano passado,
segundo o IBGE. Enquanto o PIB do agro aumentou 7%, o da indústria cresceu 1,3%
e, dos serviços, 2%. Entretanto, em valores absolutos, o setor de serviços
lidera com R$ 2.8 trilhões, seguido da indústria, R$ 1.021 trilhão.”
O
processo de modernização das atividades do campo teve como principal elemento
motivador o crédito rural subsidiado. Comentando a respeito, afirma Ribeiro
(1988, p.93):
"A importância do
crédito agrícola para o processo de modernização da agricultura pode ser
avaliada, quando se comparam os valores do crédito concedido para determinados
insumos e a soma total dos recursos gastos pelos agricultores em sua aquisição.
Os dados disponíveis mostram que, em 1979, o valor do crédito para
fertilizantes representou 90% do valor das vendas de fertilizantes no Brasil; o
valor do crédito para defensivos representou mais de 75% do valor total das
vendas de defensivos e os financiamentos creditícios para tratores
representaram mais de 90% do valor das vendas das indústrias para o setor
agrícola. O peso do amparo creditício na compra de insumo não pode ser
desligado dos subsídios embutidos nos financiamentos, resultados de taxas reais
de juros crescentemente negativas (em 1976 a taxa real de juros era de -24,3%
passando para -43,1% em 1980)."
É
evidente que os avanços no setor rural brasileiro têm estreita relação com o
crédito rural subsidiado. Muito embora o crédito rural subsidiado tenha sido o
pilar de sustentação da política agrícola do regime militar, fizeram-se
necessários outros mecanismos de incentivo, notadamente a assistência técnica e
a extensão rural, a garantia de preços mínimos, transporte e armazenamento e
seguro rural. Na década de 1970, muitos projetos foram criados com o objetivo
de fomentar a atividade rural. E agora segundo notícia encontrada no site www.scotconsultoria.com.br, a
possível realização de acordo com a União Europeia pode aumentar o comércio de
agropecuários em até 30%. Vejamos o que diz a matéria:
“Estimativas da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostram que um acordo de
livre comércio entre Mercosul e a União Europeia (UE) poderia aumentar em pelo
menos 30,0% a corrente de negócios entre Brasil e a UE. Durante reunião de
Cúpula Brasil-UE, realizada na segunda, dia 24/2, em Bruxelas, na Bélgica, a
presidente da CNA, Kátia Abreu, disse que o acordo de livre comércio será bom
para a Europa e bom para o Brasil.”
O Brasil ocupa atualmente uma posição
de destaque no mundo como produtor rural e pode-se afirmar com muita segurança
e propriedade que na atividade rural reside a solução para muitos dos problemas
brasileiros. O país ainda tem um grande potencial produtivo para explorar,
tendo em vista que dispõe de muita terra para cultivar e tem capacidade para
aumentar substancialmente o rendimento das áreas atualmente plantadas, por meio
de pesquisas, com melhoramento genético das lavouras, dos rebanhos de animais e
pela mecanização do plantio, dos tratos culturais e da colheita. Depende ainda
de melhores condições de infraestrutura como ferrovias, estradas de melhor
qualidade e portos.
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